É importante fazer uma distinção sobre o modo como o
Novo Testamento utiliza a palavra “ressurreição”. Há três modos de usar este:
Primeiro, em sentido figurado, como simples volta de
um morto a esta vida. É o caso da “ressurreição” de Lázaro, da filhinha de
Jairo, do filho da viúva de Naim... etc. Aqui não se trata rigorosamente de
ressurreição no sentido cristão pleno da palavra, mas de revitalização
miraculosa, ou seja, alguém estava realmente morto e voltou a esta vidinha
nossa... E, depois, morrerá novamente!
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Segundo modo: em sentido neutro, como passo prévio ao
juízo: o homem não ficará na morte; ele, quer salvo, quer condenado, continuará
vivendo após a partida deste mundo. Todos “ressuscitarão” para serem julgados!
Este não é ainda o sentido teologicamente mais profundo, mais forte e
verdadeiro de ressurreição. Imagine os que ressuscitarão para o inferno, para a
morte eterna!
Terceiro modo: em sentido teologicamente positivo,
como plena participação e configuração à vida de Cristo ressuscitado. Tal
ressurreição é reservada somente aos bons. Aqueles que viveram na comunhão com
Cristo serão completamente transfigurados, transformados em Cristo ressuscitado:
serão como o próprio Cristo, pois passarão desta vida para uma outra Vida,
plena, realizada, eterna! Este último sentido é o que realmente tem importância
e faz parte essencial do anúncio cristão; antes, é o próprio centro do Evangelho!
Quando dizemos que Cristo ressuscitou e que, Nele, nós ressuscitaremos, é neste
último sentido que estamos falando! A ressurreição que nos interessa é esta
última!
A ressurreição, então, é a passagem desta vida
(limitada, ambígua, precária) para uma Vida plena, diversa desta nossa vida de
agora: teremos a Vida do próprio Cristo ressuscitado, uma Vida divina, na qual
nosso corpo e nossa alma serão transfigurados. Como diz a III Oração
Eucarística para as crianças: “No Reino de Jesus ninguém mais vai sofrer,
ninguém mais vai chorar, ninguém mais vai ficar triste!” Nosso corpo será
transfigurado, como o de Jesus: não mais estará sujeito às leis da física, da
matéria como a conhecemos agora; nossa alma também será ressuscitada,
transformada: nunca mais teremos tristezas, depressão, saudades... Seremos
plenamente realizados, porque estaremos para sempre com o Senhor, que saciará
todas as nossas sedes e realizará todos os mais profundos anseios do nosso
coração! É isto que significa ressuscitar! Mas, vamos seguir passo a passo o
Novo Testamento!
Nossa Dom Henrique, não tinha mesmo pensado na Ressurreição de três formas...
ResponderExcluirPara mim, a Ressurreição é conhecida e entendida só como a gloriosa de Jesus, para a Vida Eterna... os outros modos sabiamente expressados aqui por ti, é como milagres para a fortificação da tíbia fé humana, soa-me como pré-figuração, como uma amostra do poder grandioso de Deus.
Deus não criou Adão e Eva para a morte, e, no momento em que pecaram com a desobediência, Deus manteve os planos de Vida... Já que Deus é claro na sua santa palavra de que é Senhor de vivos, e não de mortos...
Enfim...
A Ressurreição é uma promessa tão gloriosa, que demonstra de uma forma indescritível o valor do amor divino por nós, que tudo o que me cabe é ter o desejo mais vivo e mais ansioso de merecer tal graça em toda a sua plenitude...
Eu creio.
A paz.
=)