Juliano:
Eu pensava que salvação era ter o
perdão dos pecados... Os cristãos falam tanto nisto!
Teófilo:
Não! É muito mais que isto! Pensar na
salvação simplesmente como remissão dos pecados é muito, mas muito estreito! Salvação
é comunhão e participação na Plenitude de Deus! É isto que chamamos Céu, Reino
de Deus, Vida Eterna...
Agora, como cremos que a humanidade
pecou, para entrar nessa Plenitude de que falei, realmente tornou-se necessário
o perdão dos pecados. A remissão dos pecados não é, em si, a salvação, mas
tornou-se a porta, a condição necessária para a Salvação, isto é, para a
comunhão com Deus. Assim, esse perdão é apenas o início, a porta para entrar na
Plenitude, na Salvação. Salvação de que coisa? Explico logo: de ficar
incompleto, no meio do caminho, longe daquilo para que fomos criados... Sem
receber a Vida plena que Deus nos preparou desde o princípio, esta vida nossa é
incompleta... Seríamos eternos insatisfeitos, saudosos do nosso modelo
original, saudosos de nós mesmos!
Juliano:
Até agora compreendi. Mas, não é isto
que os cristãos dizem geralmente...
Teófilo:
Deficiência na nossa formação! Uma
das maiores misérias nossas, dos cristãos, é achar que sabemos direitinho a
nossa fé, quando estamos bem longe disso, daquilo que nossos primeiros irmãos
creram, viveram e pregaram...
Mas, voltemos ao essencial sobre o
qual você me perguntou!
Nós cremos que Deus foi preparando
tudo na história do povo judeu... E no tempo que Ele escolheu – Olhe só que
coisa! Prepare-se porque é estranho, quase coisa de louco o que vou dizer! -,
Ele próprio enviou o Seu Filho, Deus como Ele, igual Ele, para fazer-Se homem,
fazer-Se criatura, fazer-Se matéria, fazer-Se mundo, igual à Sua criação, igual
à humanidade!
Juliano:
Então, os cristãos acreditam que
Jesus, o homem como os homens, é Deus igual a Deus?!
Teófilo:
Sim! Nós dizemos, desde o princípio
da pregação dos Apóstolos: Tudo foi criado através Dele e para Ele, Ele estava
com Deus e Ele mesmo era Deus! Dizemos assim: Ele, Jesus, é Deus vindo de Deus,
Luz nascida da Luz, Deus verdadeiro gerado sempre, eternamente, de Deus
verdadeiro, Filho do mesmíssimo Ser, da mesmíssima Substância do Pai, sendo Ele
mesmo Um com o Pai!
Juliano:
É meio doido! É meio besta! É meio
lenda! É meio estória da carochinha! Um homem ser Deus; Deus ser um homem!
Teófilo:
Eu lhe disse! Não é possível ser
cristão sem crer que Deus Se revelou, que Ele nos falou! Não é um cálculo, não
é uma filosofia, não é uma descoberta humana! O cristianismo nasce da adesão a
uma revelação! Mas, eu não quero me deter nisto – teria muitíssimo a falar
sobre este tema! Quero lhe dizer o que você me perguntou, quero lhe dizer a
essência do cristianismo! Ainda não cheguei lá...
"Salvação é comunhão e participação na Plenitude de Deus!"
ResponderExcluir"Não é possível ser cristão sem crer que Deus Se revelou, que Ele nos falou! Não é um cálculo, não é uma filosofia, não é uma descoberta humana! O cristianismo nasce da adesão a uma revelação!"
http://www.youtube.com/watch?v=nr7a99s3rHQ
Para este Juliano que também sou eu: Não vês Jesus com os braços estendidos, dizendo a Seu Pai Eterno "Pai, perdoai-lhes que não sabem o que fazem?" Porque tu, ó alma, duvidas assim de teu Deus? Não sabes que duvidar de Deus é a maior ofensa, que se pode fazer a Ele que, por nosso amor, morreu crucificado?!
O bom Deus diz mais: que não há mais almas contemplativas, porque a peste do escrúpulo não deixa estes corações darem frutos. Na verdade, como uma alma pode contemplar, se vive perturbada, inquieta, com medo de seu Deus, e se procura cada dia uma nova idéia para se martirizar! Naturalmente que estas almas não podem subir os degraus da contemplação, onde o bom Deus a todos mostra as riquezas imensas de seu coração Divino.
Também eu, ainda não cheguei nesse grau de contemplação, do essencial do cristianismo...
Franqueza e sinceridade sejam ditas.
A Paz, caro Dom Henrique
=)
Eu gosto muito quando Jesus diz que é "o filho do homem". Jesus realmente é maravilhoso, é amoroso, misericordioso, clemente, humano, humilde, homem de oração, homem da caridade, piedoso, etc. É sem dúvida alguma a segunda pessoa da Santíssima Trindade.
ResponderExcluir