Juliano:
Mas, que Deus é esse?
Teófilo:
Aquele dos judeus. Os cristãos cremos que o Deus dos judeus é
o Deus verdadeiro. Escolheu aquele povo, educou-lhe pelos seus profetas,
guiou-os pelo seus pastores (juízes, reis, profetas, sacerdotes, escribas...).
Mas, tudo isto era preparação, figura, uma forma de profecia
feita história viva.
Juliano:
E para que isto tudo? Parece um jogo de esconde-esconde, uma
brincadeira... Um Deus sério perderia tempo assim?
Teófilo:
Você me perguntou pelo essencial. E vou direto a ele! Por agora
basta dizer que o que Deus queria com tudo isto era levar o homem ao seu
destino.
Juliano:
E qual é esse destino?
Teófilo:
Deus criou tudo e nos criou para uma Plenitude, para
participar de modo pleno e total da Sua própria Vida.
Então, toda a preparação do Antigo Povo e todo o cristianismo
têm este sentido: Deus quer dar ao mundo a Plenitude. Ele criou tudo bom, tudo
perfeito, mas não tudo pleno! Aliás, nada na criação é pleno! Tudo se move,
tudo está a caminho: não só as águas que correm para o mar, não só o vento que
sopra inquieto, não só o coração humano que não tem sossego! Tudo, tudo absolutamente
caminha, se move, dirige-se a um Ponto Final! E esse Ponto não é o nada, mas
uma Plenitude, a participação na Vida mesma de Deus. Para isso Ele criou tudo,
por isso a saudade que tudo tem de “uma Coisa”, de “um Algo”. Tudo neste mundo
parece tão incompleto, tão provisório, tão a caminho de “Algo mais”... Até o
vulcão zangado e o tsunami furioso têm saudade...
E aqui está um dado essencial para compreender o cristianismo:
a Plenitude não está na criatura, mas no Criador! A criatura não se realiza em
si própria, mas somente recebendo a Vida divina, a Vida plena do Eterno, a Vida
eterna do Deus vivificante! Nós, cristãos, chamamos essa comunhão com o
Criador, essa Plenitude de “Salvação”!
Ser
salvo é ser pleno da Plenitude de Deus; ser salvo é ser criatura plena, é
entrar nesta explosão de Vida, de Alegria, de Gozo, de Saciedade, de Felicidade
que somente Deus tem e somente Deus pode dar! É por isso que os Livros Santos
falam em banquete, bodas, vinhos finos e a carnes gordas, alegria... Tudo isto
são figuras para dizer o indizível, para dizer algo dessa Plenitude!
É como dizia Santo Agostinho: "nós nascemos para Deus e só seremos realmente felizes quando estivermos com ele e vivermos com ele para sempre". Deus é tudo para todos. Por isso vale a pena vivermos para ele.
ResponderExcluirÉ verdade que somente Deus nos dá a verdadeira felicidade, a verdadeira paz, a verdadeira alegria interior, somente Deus nos dá a grança santificante, por isso peçamos a ele que nos santifique.
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