sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O essencial do cristianismo - 6

Juliano:
Então, vamos lá: segundo vocês, Deus criou tudo perfeito, mas não pleno. Essa Plenitude seria um caminho que o homem e toda a criação teriam de fazer, um dom que Deus daria mais adiante.

Teófilo:
Isto mesmo! Basta ver o relato da criação no Gênesis: a plenitude não está no início... Vai aumentando, vai dirigindo-se para um misterioso “descanso” de Deus, do Deus que não Se cansa nunca, como diz o Salmo 120/121! A plenitude de Vida que Deus daria está simbolizada na Árvore da Vida, para a qual Deus fechou o caminho, por causa da presunção o homem de querer ser pleno do seu modo: decidindo por si, de modo soberbo o que é bem e o que é mal! É este o sentido daquele belíssimo conto do Gênesis! O homem vive procurando essa Árvore, esse Fruto, essa vida! Procura no poder, no sexo, nos mil prazeres, nos bens materiais, no sucesso, nas pessoas... E nada, nada de encontrar o caminho para a Árvore, nada de roubar o fruto! Deus fechou o caminho! Comer o Fruto é dom de Deus! Nunca será presunção humana! Lembra? Até em Babel o homem tentou chegar à Vida de Deus com suas próprias forças! Bicho teimoso,  o homem! E só construiu “confusão”. É este o sentido de “Babel”, as de ontem e de hoje!

Juliano:
Ainda não sei onde esta história via dar... Mas, é inteligente, é interessante! Quando se compreende bem, se vê que toca a essência mesma da história e dos sonhos humanos!
Mas, continuando, para ver se compreendi bem: para levar o homem e toda a criação à Plenitude e para dar-lhes o perdão do pecado da presunção original, Deus enviou Deus: o Pai enviou o Filho para que o Filho “turbinasse”, transfigurasse, plenificasse, tudo com a Vida divina, com a Plenitude! E esta Plenitude é Deus mesmo, chamado Espírito Santo! Isto? Fica engraçado: Deus enviou Deus para nos dar Deus! Ou: o Pai enviou o Filho para dar o Espírito! É isto?

Teófilo:
Perfeito! Mas, atento: só há um Deus, não dividido, não multiplicado, Eterno, Infinito, Santo! E no entanto o Pai que envia não é o Filho enviado que, por Sua vez, não é o Espírito derramado em nós!

Juliano:
Em todo caso, pelo que compreendi até agora, a finalidade de toda esta história seria, então, dar a Vida, a Plenitude, a Energia de imortalidade, de felicidade, de bênção, de paz... E isto tudo é esse Espírito Santo... Compreendi bem?

Teófilo:
Perfeitamente!

Juliano:
E por que escuto falar tão pouco desse Espírito Santo? Porque se é como você me diz, Ele é central, absolutamente indispensável, para essa Salvação, essa Plenitude! Por que os cristãos só dizem que Jesus salvou tudo e pronto? Eu nem sabia que era preciso esse Espírito Santo para a Salvação... Ao menos não pensei que fosse indispensável deste modo!

Teófilo:
Isto mesmo! Infelizmente, a catequese dos cristãos sobre o Espírito Santo é muitíssimo deficiente! Por isso tantos mal-entendidos sobre o sentido último do cristianismo! Lembro agora de uns primeiros cristãos de Éfeso, que diziam: “Nós nem sabemos que há um Espírito Santo!” Está lá, nos Atos dos Apóstolos!
Mas, ainda não chegamos lá, no centro! É preciso dar ainda alguns passos! Aí chegaremos no “x” da questão!



Um comentário:

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