3o. Dia da
Quaresma – III dia de penitência
“Assim fala o
Senhor: ‘Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os
crimes do meu povo! Buscam-Me cada dia e
desejam conhecer Meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não
abandonou a Lei de Deus’” (Is 58,1-2).
Ainda alertas para o início da Quaresma...
O Senhor acusa o Seu povo, acusa duramente para
salvá-lo, abrindo-lhe os olhos, a consciência e o coração.
Nestes dias entre as Cinzas e o Primeiro Domingo,
deveríamos realmente nos deixar ferir pela consciência de que somos pecadores,
de que nem tudo na nossa vida cristã vai bem! Bastaria olhar para o Senhor
Jesus Cristo... Diante do Seu amor crucificado, quem pode se considerar justo
diante de Deus? Quem pode dizer-se em dia, em ordem com o Senhor?
Mas, vamos ao ponto que gostaria de salientar neste
terceiro dia da Quaresma: observe bem o versículo acima, da primeira leitura da
Missa de hoje... O Senhor diz que o povo O procura e deseja conhecer os
desígnios Seus... E, no entanto, chama esse mesmo povo de criminoso! E por quê?
Porque se trata de uma busca de Deus descomprometida, sem real e verdadeiro
empenho em colocar-se na obediência da fé, no caminho de converter a vida à vontade
do Senhor, aos Seus santos preceitos!
Seria um grave erro pensar numa vivência religiosa
reduzida a boas intenções, a sentimentos de amor a Deus, a devoções e orações
“gostosas”, sem o empenho real na
conversão de vida! Se a vida do cristão possui uma dimensão propriamente
mística, da intimidade saborosa com o Senhor, a própria mística, para ser
concreta e verdadeira, exige a ascese, o exercício na prática da correção de
nossos vícios, de nossos pedaços ruins, o exercício na prática da virtude e das
boas obras.
É parte integrante, indispensável do nosso caminho com
o Senhor a disciplina interior, a sincera procura de superar tudo quanto em nós
esteja em desacordo com os preceitos do Altíssimo. O próprio Jesus foi claro,
unindo o amor a Si e a prática efetiva dos Seus preceitos: “Se alguém Me ama, guardará Minha palavra e Meu Pai o amará” (Jo 14,23).
Por mais que nosso tempo deseje adocicar e domesticar o Senhor, criando a
ilusão de um deus bonzinho, bem ao gosto do mundo, um deus convertido a nós, do
nosso tamanho, o Deus verdadeiro nos repreende e exige de nós conversão a Ele!
Conversão a Ele!
Aprender a sentir como Ele,
Pensar como Ele,
Avaliar como Ele,
Ver como Ele,
Agir como Ele.
Como fazer isto? Como conseguir tal desiderato?
Colocando nossa vida nos caminhos Dele, na vontade
Dele, em inteira obediência que nasce da fé amorosa, de modo que o Senhor Se
torne o critério, a verdade, a orientação, o alicerce de nossa existência!
Mas, veja só, Irmão, que viver assim é viver em êxodo
de si mesmo! Aquele que verdadeiramente leva o Senhor a sério deve viver saindo
sempre de si próprio do seu jeito para ir para si mesmo do jeito de Jesus. Vou
repetir: é Ele o critério, é Ele a medida, é Ele a verdade do mundo, da vida,
da humanidade, da minha vida!
Perguntemo-nos hoje:
Qual o critério dos meus valores e dos meus modos de
pensar: Cristo ou o mundo? O Senhor ou eu mesmo?
Minha busca pelo Senhor e Sua santa vontade é concreta
ou, ao invés, é um autoengano, pois sou apegado a mim mesmo, aos meus
interesses e à minha comodidade de vida e de costumes, mesmo que estes sejam
contrários ao Evangelho?
O que eu desejo: converter-me a Cristo ou dobrar
Cristo ao meu capricho, à minha medida?
Reze, Irmão, pedindo ao Senhor a graça de ver com os
Seus olhos e sentir com o Seu coração para ser verdadeiramente discípulo! Que
graça tão grande: ser discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo! Pense nisto!
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