IX Dia da Quaresma – VIII de penitência
A Palavra do Senhor Deus para a I Quinta-feira desta
Quaresma fala-nos tanto da oração, uma das práticas quaresmais...
Trata-se, no caso, da oração da Rainha Ester (cf. Est 4,17ss –
texto grego)...
“A Rainha
Ester, temendo o perigo de morte que se aproximava, buscou refúgio no Senhor!”
Vê, Irmão? Aqui não há pose, não há palavras melosas
ou belas, pensadas para serem bonitas!
Ester, apesar de rainha, encontra-se na miséria, numa dessas situações críticas que a existência os coloca vez por outra!
Ah, Irmão! A sua, a minha vida é tão precária! Vivemos
sempre à beira da morte, à borda do desastre...
Quem pode garantir a vida? Quem pode nos conservar as
pessoas às quais amamos? Quem pode nos garantir a saúde, os amigos, os bens?
Pobres, pendurados numa existência incerta, todos nós
- eis a nossa situação, queiramos ou não, dela tenhamos consciência ou dela
fujamos covardemente, infantilmente! Não adianta o orgulho, de nada serve a pose de rico, a falsa segurança de onipotente que, iludido, alguém tenha e todos nós, de certo modo, possamos alimentar em nós...
Senhor meu, Deus meu Salvador, Senhor da verdade, “ensina-nos a contar nossos dias, e assim
teremos um coração sábio!” (Sl 90/89,12); "acaso não é uma luta, a vida do homem sobre a terra? Seus dias não são como os de um assalariado? Meus dias correm mais rápido que a lançadeira e se consomem, tendo acabado o fio. Lembra-Te de que minha vida é apenas vento..." (Jó 7,1.6)
Ester, no seu aperto, na sua miséria, “buscou refúgio no Senhor!”
A oração não é um faz-de-conta, não é uma brincadeira!
Ester reza num momento de crise, à beira da morte, buscando refúgio no Senhor,
sabendo que nada nem ninguém neste mundo a pode socorrer! Essa mulher reza suplicando, reza porque precisa, reza porque está no aperto... Ester reza porque o ser humano, por grande que se ache e senhor dos planos que se julgue, é pobre, insuficiente, finito... É, na verdade, "Adão", vindo da terra, do pó (adamah), terroso, bicho frágil, perecível... "Lembra-te, ó homem: és pó e ao pó tornarás!" Os filhos dos homens precisam abrir-se ao Eterno, ao Senhor; precisam pedir, suplicar, buscar Nele socorro e aconchego, misericórdia, piedade e proteção! E isto não nos diminui, mas aumenta: mostra-nos que somos amados, guardados, revela-nos que há um trono no Céu e, nele, Alguém sentado (cf. Ap 4,2), um Deus que tudo dirige misteriosa e amorosamente e tem a nossa pobre vida em Suas mãos benditas! Ah, Senhor, "em Ti espero! Repito: és Tu o meu Deus. Na Tua mão está o meu destino! Mostra ao Teu servo a tua Face, salva-me na tua bondade! Senhor, que eu não seja confundido ao Te invocar!" (Sl 31/30,15ss)
Irmão, você reza suplicando? Reza intercedendo? Reza
com insistente perseverança? Já rezou alguma vez chorando? A oração com
lágrimas é tão agradável ao Senhor Deus...
Suplicar ao Senhor, Nele procurar refúgio é reconhecer
nossa pobreza, nossa insuficiência, nossa incapacidade... É proclamar a Sua
grandeza, Sua presença, Seu amor providente...
Observe que Ester reza prostrando-se...
Nossa atitude diante do Santo deve ser de reverência,
de respeito. Os ritos são essenciais na nossa prática religiosa. Jesus, nosso
Senhor, teve carinho, respeito, virtude de religião em relação ao Altíssimo. Certamente, os gestos e ritos exteriores devem ser acompanhados por uma sincera piedade interior! No entanto, estejamos atentos, porque a atitude interior e a prática exterior se completam e se condicionam mutuamente!
Nunca dê crédito aos minimalistas, que tomam Deus por compadre, dizendo sempre “precisa não”, “não é essencial”. Falsos profetas, desgostosos e descuidados de Deus! Esse pensam que o Senhor é uma ideia! Desconhecem a estrutura do homem, o seu coração, e as Escrituras! O homem é um ser de rito, de símbolo, de gesto! Tanto é verdade que o Senhor quis mostrar Sua proximidade encarnando-Se, mostrando-Se, fazendo-Se matéria, gente, de corpo e alma humanos, para ser visto, tocado, ouvido, abraçado! e a cruz? Não é um modo concreto, material, ritual de o Senhor dizer-nos que nos ama, que o pecado mata, que o amor se dá e transfigura! Deus faz-Se matéria; o diabo é que permanece imaterial, espírito puro! Cuidado com os que querem reduzir o cristianismo a intenções, a ideias, ao mínimo, ao "precisa não", ao "não é essencial"... Farão o cristianismo desaparecer, como algo insignificante e desnecessário, etéreo, distante, desencarnado, cerebral...
Esses vivem, na verdade, do que não é essencial, vivem de pregar ideias e fazer coisas... Achando que o cristianismo é um fazer, é uma moral, uma filantropia, simplesmente, ignoram o temor de Deus, não têm presente que o Senhor é Santo e deve ser amado, adorado, servido simplesmente porque é Deus, o Eterno... Como me dizia uma senhora idosa do sertão sergipano, ao referir-se a Deus e o que Lhe diz respeito: “É coisa fina, Senhor Bispo!” Ah, velhinha sábia! Deus é coisa fina! Para Ele o melhor, para Ele o cuidado, para Ele o precioso, para Ele o cuidado, para Ele a delicadeza, para Ele tuto, porque Ele é tudo! Quem se contenta com o mínimo, quem vive dizendo “não é essencial”, é porque, na verdade, contenta-se com o acessório do cristianismo, perdeu os carinhos para com o Senhor (Ele sim, o único Essencial!), a virtude de religião, o espírito de piedade! “Não sigais essa gente!”(Lc 21,8). Não conhecem o Senhor, não sabem nada das Suas ternuras; são esses, no máximo, Seus funcionários, não Seus amigos... Falam Dele, mas não O conhecem!
A oração deve ser piedosa, perseverante, respeitosa... Nossa prática religiosa deve cheia de atenção, respeito e veneração pelo Senhor: "Tira as sandálias dos pés! O lugar onde pisas é santo!" (Ex 3,5) Foi assim que Jesus fez, foi assim que Ele Se dirigiu ao Seu Deus e Pai, Ele o Filho, o Bendito, o Amado, o Eterno! Jesus nunca tomou Deus por compadre!
Nunca dê crédito aos minimalistas, que tomam Deus por compadre, dizendo sempre “precisa não”, “não é essencial”. Falsos profetas, desgostosos e descuidados de Deus! Esse pensam que o Senhor é uma ideia! Desconhecem a estrutura do homem, o seu coração, e as Escrituras! O homem é um ser de rito, de símbolo, de gesto! Tanto é verdade que o Senhor quis mostrar Sua proximidade encarnando-Se, mostrando-Se, fazendo-Se matéria, gente, de corpo e alma humanos, para ser visto, tocado, ouvido, abraçado! e a cruz? Não é um modo concreto, material, ritual de o Senhor dizer-nos que nos ama, que o pecado mata, que o amor se dá e transfigura! Deus faz-Se matéria; o diabo é que permanece imaterial, espírito puro! Cuidado com os que querem reduzir o cristianismo a intenções, a ideias, ao mínimo, ao "precisa não", ao "não é essencial"... Farão o cristianismo desaparecer, como algo insignificante e desnecessário, etéreo, distante, desencarnado, cerebral...
Esses vivem, na verdade, do que não é essencial, vivem de pregar ideias e fazer coisas... Achando que o cristianismo é um fazer, é uma moral, uma filantropia, simplesmente, ignoram o temor de Deus, não têm presente que o Senhor é Santo e deve ser amado, adorado, servido simplesmente porque é Deus, o Eterno... Como me dizia uma senhora idosa do sertão sergipano, ao referir-se a Deus e o que Lhe diz respeito: “É coisa fina, Senhor Bispo!” Ah, velhinha sábia! Deus é coisa fina! Para Ele o melhor, para Ele o cuidado, para Ele o precioso, para Ele o cuidado, para Ele a delicadeza, para Ele tuto, porque Ele é tudo! Quem se contenta com o mínimo, quem vive dizendo “não é essencial”, é porque, na verdade, contenta-se com o acessório do cristianismo, perdeu os carinhos para com o Senhor (Ele sim, o único Essencial!), a virtude de religião, o espírito de piedade! “Não sigais essa gente!”(Lc 21,8). Não conhecem o Senhor, não sabem nada das Suas ternuras; são esses, no máximo, Seus funcionários, não Seus amigos... Falam Dele, mas não O conhecem!
A oração deve ser piedosa, perseverante, respeitosa... Nossa prática religiosa deve cheia de atenção, respeito e veneração pelo Senhor: "Tira as sandálias dos pés! O lugar onde pisas é santo!" (Ex 3,5) Foi assim que Jesus fez, foi assim que Ele Se dirigiu ao Seu Deus e Pai, Ele o Filho, o Bendito, o Amado, o Eterno! Jesus nunca tomou Deus por compadre!
Ester reza, Ester confia, Ester insiste, Ester espera,
Ester reconhece-se pequena, pobre, desvalida...
Ester confia no Senhor, Ester coloca diante Dele a sua
causa...
Pergunte-se:
Como vai sua relação com o Senhor?
Você tem respeito para com o Altíssimo e Sua coisas?
Tem virtude de religião?
Como é sua oração?
Você pede, como o Senhor manda pedir?
Você é soberbo, prepotente, autossuficiente a ponto de
nunca pedir nada ao Senhor?
Você é tão ingênuo e presunçoso, a ponto de pensar: "A Deus só agradeço; não peço nada?" Recorde do preceito do Senhor: "Pedi e recebereis!"
Você é tão ingênuo e presunçoso, a ponto de pensar: "A Deus só agradeço; não peço nada?" Recorde do preceito do Senhor: "Pedi e recebereis!"
Pense... Que tal, nesta Quaresma, pedir mais: pelo mundo, pelos que estão nas trevas, pela sua própria perseverança, pelo sustento da sua fé, pelos que você ama, pelos que você não ama?
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