"31Enquanto
isso, os discípulos insistiam com Ele: “Rabi, come!” 32Mas Ele lhes disse: “Eu
tenho para comer um alimento que vós não conheceis”. 33Nisso os discípulos
disseram entre si: “Alguém Lhe teria dado de comer?” 34Jesus lhes disse: “ O
Meu alimento é fazer a vontade Daquele que Me enviou e realizar a Sua obra.
35Vós mesmos não dizeis: 'Daqui a quatro meses, virá a messe'? Ora, Eu vos
digo: levantai os olhos e olhai; já os campos estão brancos para a messe! 36Já
o ceifeiro recebe o seu salário e ajunta fruto para a vida eterna, de tal modo que
aquele que semeia e aquele que colhe se alegram juntos. 37Pois nisto é
verdadeiro o provérbio: 'Um é o que semeia, outro, o que colhe’. 38Eu vos
enviei para colher o que não vos custou nenhum trabalho; outros trabalharam e
vós entrastes no que lhes custou tanto trabalho”.
Comentando:
João é um narrador admirável!
Note como é capaz de apresentar duas cenas paralelas
de modo envolvente: na cidade, a Samaritana evangeliza seus conterrâneos; no
poço, Jesus instrui os apóstolos. O diálogo de Jesus é todo metafórico, como o
foi também com a mulher samaritana.
Os discípulos desejam que Jesus coma o que eles
compraram, mas o Senhor já está mais que saciado com aquilo que o Pai acabara
de Lhe dar: “Meu alimento é fazer a vontade do Pai e realizar a Sua obra”. Qual
é a vontade do Pai? “A vontade Daquele que Me enviou é esta: que Eu não perca
nada do que Ele Me deu, mas o ressuscite no último dia. Sim, esta é a vontade
do Pai: quem vê o Filho e Nele crê tem a Vida eterna, e Eu o ressuscitarei no
último dia” (Jo 6,39-40).
Jesus está saciado porque naquela Samaritana que
acreditou estão simbolizados todos os pagãos que irão Nele acreditar e ter a
Vida eterna. Naquela mulher está presente a Igreja vinda dos gentios, fruto da
pregação dos Apóstolos a todas as nações. Jesus está agora plantando o que os
Apóstolos e a Igreja de todos os tempos irão colher, fruto da Sua paixão, morte
e ressurreição, que culminarão com dom do Espírito, água que jorra para a Vida
eterna.
Por isso o nosso Salvador utiliza a imagem poética da
messe pronta para a colheita. Era o tempo de ceifa e os campos estavam repletos
do trigo amarelado, maduro. Jesus olha o trigal e pensa na Samaritana, nos
samaritanos que estão chegando, nos pagãos do mundo todo que virão... Olha para
o trigal e pensa na colheita da Igreja tempos afora: os campos estão prontos
para a messe; Ele é o ceifeiro, pois acaba de colher a fé no coração de
Samaria! Os Apóstolos que colherão um dia o fruto da pregação já podem se
alegrar com Ele, que acaba de semear e colher a fé dos samaritanos que estão
chegando, trazidos pela mulher... E assim será pelos séculos, até o fim do
mundo: a pregação dos Doze e de seus sucessores nada mais será que colher o que
Jesus semeou com Sua morte e ressurreição, sendo grão de trigo que cai na
terra, morre e dá fruto (cf. Jo 12,24).
- Bendito sejas Tu, divino Semeador!
Bendito sejas Tu que com Teu suor, Teu cansaço,
Tuas andanças e Teu sangue
plantaste o Reino do Pai
que brota em cada coração que em Ti crê
e vive a Tua Palavra!
Bendito sejas Tu, divino Trigo,
grão miúdo,
que caindo por terra e morrendo,
dás espigas de Vida eterna!
Bendito sejas, porque nossos antepassados receberam o
Evangelho,
Bendito sejas, porque acreditaram nos Teus pregadores,
Bendito sejas porque, crendo, nos transmitiram a fé,
e hoje somos colheita Tu, grãos de Ti, Espiga bendita,
membros e filhos da Igreja Tua, nascida do Teu sangue
fecundo!
Nós Te adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo,
porque pela Tua
Encarnação,
Paixão,
Morte
e Ressurreição,
remiste o mundo inteiro!
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