18 Mas
enquanto não convocaram os seus pais, os judeus se recusaram a crer que ele
tinha sido cego e recobrado a vista. 19E perguntaram aos pais: “Este homem é de
fato o vosso filho que pretendeis ter nascido cego? Então como é que agora ele
vê?” 20Os pais lhes responderam: “Nós temos certeza de que este é de fato o
nosso filho e que ele nasceu cego. 21Como é que agora ele vê, nós o ignoramos!
Quem lhe abriu os olhos? Nós o ignoramos. Interrogai-o, ele já tem idade
suficiente, ele mesmo que se explique a seu respeito!” 22Os seus pais falaram
assim porque tinham medo dos judeus. Estes já haviam decidido excluir da
sinagoga todos aqueles que confessassem que Jesus é o Cristo. 23Eis por que os
pais disseram: “Ele já tem idade suficiente, interrogai-o”.
Comentando:
Os fariseus - e aqui João diz “os judeus” porque
deseja mostrar a situação espiritual dos judeus de modo geral – não querem crer
e chamam os pais do cego. É um mistério que não compreenderemos neste mundo,
mas Israel como um todo rejeitou e rejeita Jesus como o Messias esperado. Não
adianta querer afirmar que foram somente os chefes judeus que não creram em
Jesus: foi Israel como um todo! Somente um Resto humilde e pobre acreditou,
como os profetas Isaías e Sofonias anunciaram! Veja as atitudes, meu Leitor: os
judeus são descrentes e se fecham, os pais do que fora cego são covardes e se
omitem para não sofrer represálias... Não são estas atitudes nossas muitas
vezes?
Um detalhe interessante: os judeus somente decidiram
expulsar da sinagoga quem fosse cristão lá pelo final do século I. Nesta época
o Templo já havia sido destruído e os fariseus eram os únicos líderes judeus. Recorde
que até o tempo de São Paulo, os cristãos rezavam no Templo e os judeus viam os
“nazarenos” como um dos tantos grupos em que estava dividido o judaísmo. À
medida que os cristãos iam afirmando sempre com mais força a divindade de Jesus
e a não necessidade da prática da Lei de Moisés para a salvação, os judeus,
capitaneados pelos fariseus, foram rejeitando os cristãos, a ponto de
introduzirem na oração da sinagoga uma maldição aos cristãos. Efetivamente,
pelo ano 100, o Rabino Gamaliel II
introduziu na Oração das Dezoito Bênçãos - parte da liturgia sinagogal diária –
uma décima nona benção, que fala contra os hereges e pede “que não haja
esperança para os apóstatas e que o reino do orgulho seja prontamente
erradicado em nossos dias; os Nazarenos e os hereges morram subitamente, e
sejam cancelados do Livro dos vivos e não sejam contados no número dos justos.
Bendito sejas, ó Adonai, que abaixas os orgulhosos!” Um cristão não poderia
nunca participar da oração da sinagoga com uma maldição dessas! Estava
consumada a excomunhão dos cristãos! Foi por este tempo que o IV Evangelho foi
escrito. Por isso João diz que os judeus haviam decidido expulsar do judaísmo
quem confessasse o Nome de Jesus! Como quer que seja, ainda hoje, confessar o Nome
de Jesus nos expulsa de muitos lugares e de muitos corações... Ai de nós, se
formos covardes como os pais desse cego: para não serem expulsos, não se
comprometem, não assumem publicamente que seu filho era cego e voltou a
enxergar, estava nas trevas e encontrou a Luz!
- Senhor Jesus Cristo,
Envergonho-me
De quando omiti minha fé em Ti,
De quando escondi meu amor por Ti,
De quando calei-me e, covardemente, não proclamei o
Teu Nome!
Tantas vezes e de tantos modos tive medo que
percebessem
Que creio em Ti,
Que Te dei minha vida,
Que em Ti está a minha esperança.
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