Para a Missa
da Paixão:
Is 50,4-7
Sl 21
Fl 2,6-11
Mt 26,14 – 27,66
O Mistério que hoje estamos celebrando – a Paixão e
Morte do Senhor – e vamos celebrar de modo mais pausado e contemplativo nesses
dias da Grande Semana, foi resumido de modo admirável na segunda leitura da hodierna
Eucaristia: o Filho, sendo Deus, tomou a forma de servo e fez-Se obediente ao
Pai por nós até a morte de cruz. E o Pai O exaltou e deu-Lhe um Nome acima de
todo nome, para nossa salvação! Eis o Mistério! Eis a salvação que nos foi
dada!
Mas isso custou ao Senhor! É sempre assim: os ideais
são lindos; colocá-los na vida, na carne de nossa existência, requer renúncia,
lágrimas, sangue! O Filho, para nos salvar, teve que aprender como um
discípulo, teve que oferecer as costas aos verdugos e o rosto às bofetadas! Que
ideal tão alto; que caminho tão baixo! Que ideal tão sublime, que meios tão
trágicos!
Foi assim com o nosso Jesus; é assim conosco! É na dor
da carne da vida que o Senhor nos convida a participar da Sua Cruz e caminhar
com Ele para a ressurreição. Infelizmente, nós, que nos sentamos à Mesa eucarística
com Ele, tantas vezes O deixamos de lado: “Quem
vai Me trair é aquele que comigo põe a mão no prato!” – Eis! É para nós
esta palavra! Comemos o Seu Pão ao redor do Altar sagrado e, no entanto, o
abandonamos nas horas de cruz: “Esta
noite vós ficareis decepcionados por Minha causa!” – Que pena! Queríamos um
Messias fácil, um Messias que nos protegesse contra as intempéries da vida, que
fosse bonzinho para o mundo atual. Como seria bom um Messias de acordo com o
assassinato de embriões, com o aborto, com a dissolução da família, com o fim
da indissolubilidade do matrimônio, com as relações homossexuais, com a
libertinagem reinante... Mas, não! Esse Messias prefere morrer a matar, esse
Messias exige que O sigamos radicalmente, esse Messias nos convida a receber a
mesma rejeição que Ele recebe do mundo: Minha
alma está triste até à morte. Ficais aqui e vigiai Comigo!”
Irmãos, que vos preparais para celebrar estes dias
sagrados, não vos acovardeis, não renegueis o nosso Senhor, não O deixeis
padecer sozinho, crucificado por um mundo cada vez mais infiel e ateu, um mundo
que denigre o Nome de Cristo e de Sua Igreja católica! Cuidado, irmãos! Não é
fácil, não será fácil a luta: “Vigiai e
orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é
fraca!” Que nos sustente a força Daquele que por nós Se fez fraco! Que nos
socorra a intercessão Daquele que orou por Pedro para que sua fé não
desfalecesse! E se, como Pedro cairmos, ao menos, como Pedro, arrependamo-nos e
choremos!
Nós Vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e Vos
bendizemos porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo!
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