segunda-feira, 8 de abril de 2019

O caminho para a Páscoa na Liturgia da Palavra (VII)

Jo 8,12-20

É fora de dúvida que Jesus nosso Senhor apresentou-Se a Israel com uma autoridade e uma consciência de Si próprio tão majestosa e grandiosa que desconcertou a grande maioria dos judeus! Quem, jamais, nas Escrituras, teve a ousadia de pronunciar tais palavras: “Eu sou a luz do mundo”? Só Deus é luz! Nele não há treva! O nosso Salvador tinha plena e profunda consciência da Sua divindade, da Sua autoridade, que provinha da Sua comunhão perfeita com o Pai: “Eu não estou só, mas o Pai que Me enviou está Comigo!”

Impressiona também como o Senhor convida a todos a segui-Lo e deixa claro que tal seguimento é condição para sair da humana treva e viver na luz, caminhando na luz! Não é facultativo, não é um opcional o seguimento de Cristo! Não segui-Lo é jamais alcançar a luz plena, o sentido pleno do pensamento do Senhor Deus para a existência humana!

Quanto ao debate sobre o testemunho, já vimos: o Pai dá testemunho de Jesus Cristo pelas obras que Lhe deu para que as realize; João Batista deu testemunho de Cristo; as Escrituras dão testemunho de Cristo; Moisés, na Lei, dá testemunho de Cristo!

Outro tema profundo e belo: Cristo sabe de onde vem e para onde vem: vem do Pai e vai para o Pai! Ele mesmo diz: “Vou para o Pai” (Jo 14,28) e também: “Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto ao Pai” (Jo 16,28). Observemos: toda a existência humana do Senhor é centrada no Pai, tem no Pai seu horizonte, seu princípio e seu fim! Por isso, Nosso Senhor apresenta-Se tão livre, tão seguro, tão senhor de Si: Ele sabe o sentido da Sua existência, o rumo do Seu caminho neste mundo: do Pai, diante do Pai, para o Pai! Felizes de nós, se com Cristo Jesus e como Cristo Jesus e através de Cristo Jesus, tivermos este sentido na vida!

Também é importante a questão da identidade de Nosso Senhor: os judeus somente veem segundo a carne, veem na aparência; não conseguem descer à identidade do Senhor: Ele somente pode ser reconhecido se for visto em relação com o Pai: Ele é o Enviado, o Filho Único! E o Deus de Israel somente pode ser conhecido na Sua identidade mais íntima se for contemplado na Sua relação com o Filho. Aí se descobrirá o insondável Mistério: Deus é essencial e eternamente Pai, o Eterno Pai do Filho Eterno! Por isso, quando os judeus perguntam: “Onde está o Teu Pai?” Eles não percebem que o Pai do Eterno Filho é o mistério mais profundo do Deus de Israel! Daí a precisa resposta do Senhor: “Não conheceis nem a Mim (o Filho único) nem a Meu Pai (Pai Eterno do Eterno Filho); se Me conhecêsseis (como Filho unigênito), conheceríeis também Meu Pai (Aquele a Quem chamais “nosso Deus”)”.

Também os homens: somente conhecerão Jesus de Nazaré, se reconhecerem Nele o Enviado do Pai, Aquele que vem de Deus e Dele nasceu, “Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Sem isto, o homem não conhece verdadeiramente nem a identidade verdadeira e profunda do Senhor Jesus nem conhece verdadeiramente a Deus! E isto é sem apelo nem desconto!


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