sábado, 26 de abril de 2014

II Domingo da Páscoa - A Oitava

At 2,42-47
Sl 117
1Pd 1,3-9
Jo 20,19-31

Estamos ainda em pleno Dia da Páscoa, “o Dia que o Senhor fez para nós” – é esta a Oitava da Santa Páscoa.
Se no dia mesmo da Ressurreição, a liturgia centrava nossa atenção no próprio Senhor ressuscitado, vencedor da morte, hoje, neste Domingo da Oitava, a atenção concentra-se nos efeitos dessa vitória formidável para nós e para toda a humanidade.
Eis! O Senhor Jesus, morto como homem, morto na carne (cf. 1Pd 3,18b), isto é, Sua natureza humana, foi ressuscitado pelo Pai, que derramou sobre Ele o Espírito Santo, Senhor que dá a Vida. E agora, cheio do Espírito, Jesus nos dá esse Dom divino, esse fruto da Sua Ressurreição.
Primeiro dá-Lo aos Seus Apóstolos “ao anoitecer daquele dia, o primeiro depois do sábado”. Passou o sábado dos judeus, passou a Lei de Moisés, passou a antiga criação. E Jesus ressuscitado sopra sobre os Apóstolos o Espírito Santo, recebido do Pai na Ressurreição: “Como o Pai Me enviou na potência do Espírito, também Eu vos envio agora na força desse mesmo Espírito! Recebei, pois, o Espírito Santo, dado para gerar o mundo novo, o homem novo, o homem segundo a Minha imagem, o homem reconciliado, na paz com Deus! Paz a vós! Os pecados serão perdoados nesse dom do Meu Espírito!” Assim começa o cristianismo, assim ganha vida a Igreja: no Espírito do Ressuscitado!
Os Apóstolos agora, recebendo o Espírito, recebem a vida nova do Cristo, a vida que dura para a eternidade. Esse mesmo Espírito, nós o recebemos nas águas do Batismo e na comunhão com o Sangue do Senhor na Eucaristia. Por isso mesmo, a oração da Missa hodierna nos pede a graça de compreender melhor, isto é, de viver intensamente na vida “o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu nova vida e o Sangue que nos redimiu”. Em outras palavras: pela participação aos santos sacramentos, sobretudo no Batismo e na Eucaristia, nós recebemos continuamente o Espírito do Ressuscitado e, assim, recebemos a Sua nova Vida, a Vida que nos renova já aqui, neste mundo, e nos dá a Vida eterna. Por isso a segunda leitura de hoje nos diz que o Pai, “em Sua grande misericórdia, pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível”, reservada a nós nos céus! A Ressurreição de Cristo é garantia da nossa, o Seu Espírito, que nós recebemos, é semente e garantia de Vida eterna e, por isso, é causa de alegria e força para nós, cristãos. Nós recebemos a Vida eterna, nós cremos na Vida eterna, nós já vivemos tendo em nós as sementes da Vida eterna!
Mas, estejamos atentos: esta nossa fé na Ressurreição tem consequências concretas para nós: “Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum...” Eis: a fé na Ressurreição do Senhor, a vida vivida na Vida nova que Cristo nos concedeu, faz-nos existir de um modo novo, iluminados por uma nova regra de vida (o ensinamento dos Apóstolos e seus sucessores), sustentados pela fração do Pão eucarístico e testemunhas de uma vida de comunhão, de amor fraterno, de mansidão, de coração aberto para Deus e os irmãos.
Mais uma coisa: prestemos atenção num fato importantíssimo: a Ressurreição do Senhor não é uma fábula, não é um mito, não é uma parábola. O Senhor realmente venceu a morte, realmente entrou no Cenáculo e realmente Tomé, admirado e envergonhado, feliz pelo Senhor e triste por sua incredulidade, tocou as mãos e o lado do Senhor vivo, ressuscitado! Por isso, o cristão não se apavora diante dos reveses da vida, dos compromissos e renúncias pelo testemunho de Cristo e nem mesmo diante da morte: “Sem ter visto o Senhor, vós O amais. Sem O ver ainda, Nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”. Nunca deixemos, Amados em Cristo, que nos tirem a certeza da Ressurreição do Senhor! Porque Ele ressuscitou verdadeiramente, Sua presença é tão concreta neste Altar bendito quanto foi concreta naquele Cenáculo, há dois mil anos atrás! Não apostamos a vida num mito, não nos consolamos com uma fábula, não empregamos a vida numa metáfora, um sonho feito historinha! Não! Cristo ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente! Nele nossa esperança, Nele nossa certeza, Nele nossa vitória, Nele o sentido da nossa existência neste mundo e por toda a eternidade, pelos séculos dos séculos. Amém.




Catequese Pascal - 2

“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos que vivem como estrangeiros na Dispersão... Vós sois os eleitos conforme a presciência de Deus Pai, mediante a santificação do Espírito, para Lhe servir em obediência e ser aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. A vós graça e paz em abundância” (1Pd 1,1-2).

Pedro escreve com a consciência de ser apóstolo, enviado de Jesus Cristo. Não escreve por si próprio nem tampouco para falar de si e de suas ideias, mas para dizer as coisas concernentes ao Senhor Jesus. É Ele Quem importa!

A quem escreve? “Aos que vivem como estrangeiros na Dispersão” Tratam-se dos cristãos que se encontravam entre os pagãos e, assim, viviam como estrangeiros num mudo que não conhecia a Deus nem ao Seu Cristo. Estrangeiros dispersos pelo mundo inteiro... É isto que os cristãos serão sempre, é isto que nós somos e seremos cada vez mais... No dia em que os cristãos se sentirem de bem com o mundo, se sentirem em casa no mundo, certamente estão sendo infiéis, estão traindo o Evangelho de Cristo e rendendo-se ao espírito do “Príncipe deste mundo”: “Pai... Eu lhes dei a Tua palavra, mas o mundo os odiou, porque não são do mundo, como Eu não sou do mundo” (Jo 17,14); “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro Me odiou a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas porque não sois do mundo, o mundo, por isso, vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é maior que seu senhor. Se eles Me perseguiram, também vos perseguirão; se guardaram Minha palavra, também guardarão a vossa” (Jo 15,18-20)... Exemplos? Somente hoje duas notícias: o casamento de três mulheres entre si nos Estados Unidos... Outra ainda? A Disney proibiu referência a Deus nos seus filmes... Não! Desculpem os que pensam diferente! A Escritura nos previne, Jesus nos previne, os Apóstolos no previne, os santos os previnem: nunca o cristianismo será agradável ao mundo... A não ser um cristianismo mundano... Mas, aí já não seria cristianismo, mas uma triste e inútil caricatura...

Neste sentido, há uma imagem sugestiva e trágica na Epístola aos Hebreus. Aí o mundo é comparado à Jerusalém, a Jerusalém segundo a carne, que rejeitou o Salvador: “Jesus, para santificar o povo por Seu próprio sangue, sofreu do lado de fora da porta. Saiamos também com Ele, carregando a Sua humilhação. Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir” (Hb 13,12-14).

Certamente que não se trata de ter raiva do mundo. Nada disso! O Senhor nos faz servos do mundo, da salvação do mundo; mas, trata-se de ter bem consciência que a adesão a Cristo rompe com o modo de pensar, de agir, de falar, de viver do mundo! Vale de modo trágico, a advertência do Apocalipse aos cristãos, falando da Roma imperial, imagem viva do mundo inimigo de Cristo: “Saí dela, ó Meu povo, para que não sejais cúmplices dos seus pecados e atingidos pelas suas pragas!” (18,4). Na mesma direção vai a constatação de São Paulo: “Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, a fim de que conheçamos os dons da graça de Deus...” (1Cor 2,12).


Catequese pascal - 1

Logo nesta Oitava de Páscoa, a Igreja nos faz escutar, na Liturgia das Horas, a Primeira Epístola de São Pedro. Trata-se de um escrito rico em catequese batismal. Páscoa e Batismo, Páscoa e Eucaristia são temas inseparáveis: pelo Batismo somos imersos na morte de Cristo e da imersão saímos para a Vida nova de ressuscitados em Cristo; pela Eucaristia, banquete sacrifical no qual se faz presente o eterno e glorioso sacrifício do Cordeiro morto e ressuscitado, somos cada vez mais assimilados, unidos, transfigurados no Cristo pascal de morte e ressurreição, deixando que o Santo Espírito do Ressuscitado faça crescer mais e mais em nós, até a Vida eterna, a nova Vida recebida no Batismo.

Referindo-se ao santo Batismo, as Catequeses feitas por um dos Bispos de Jerusalém do século IV, assim ensinava, exprimindo perfeitamente a fé do Novo Testamento e da Igreja apostólica: “Num mesmo instante, morrestes e nascestes, e aquela água de salvação tornou-se para vós, ao mesmo tempo, sepulcro e mãe”. Depois, recordando a santa Crisma, confirmação batismal, o venerável texto cristão explicava: “Batizados em Cristo e revestidos de Cristo, vós vos tornastes semelhantes ao Filho de Deus. Com efeito, Deus que nos predestinou para a adoção de filhos, tornou-nos semelhantes ao corpo glorioso de Cristo. Feitos, portanto, participantes do corpo de Cristo, com toda razão sois chamados ‘cristãos’, isto é, ungidos; pois foi de vós que Deus disse: ‘Não toqueis nos Meus ungidos’ (Sl 104,15). Tornastes-vos ‘cristãos’ no momento em que recebestes o selo do Espírito Santo; e tudo isto foi realizado sobre vós em imagem, uma vez que sois imagem de Cristo. Depois que subistes da fonte sagrada , o óleo do crisma vos foi administrado, imagem real daquele com o qual o Cristo foi ungido, e que é, sem dúvida, o Espírito Santo! Vós fostes ungidos com o óleo do crisma, tornando-vos participantes da natureza de Cristo e chamados a conviver com Ele. Não julgueis que este crisma é um óleo simples e comum. Depois da invocação [do Santo Espírito], é um dom de Cristo e do Espírito Santo, tornando-se eficaz presença da Divindade. Simbolicamente, unge-se com ele a fronte e os outros membros. E enquanto o corpo é ungido com o óleo visível, o homem é santificado pelo Espírito que dá a Vida”.

Depois, falando do outro sacramento pascal por excelência, a Eucaristia, eis o que dizia o antigo texto catequético: “Recebemos com toda a convicção o Corpo e o Sangue de Cristo. Porque sob a forma de pão é o Corpo que te é dado, e sob a forma de vinho, é o Sangue que te é entregue. Assim, ao receberes o Corpo e o Sangue de Cristo, te transformas com Ele num só corpo e num só sangue. Deste modo, tendo assimilado em nossos membros o Seu Corpo e o Seu Sangue, tornamo-nos portadores de Cristo, tornamo-nos, como diz São Pedro, ‘participantes da natureza divina’ (2Pd 1,4)”.

Pois bem, com estes pensamentos no coração e na mente, proporei algumas meditações pascais sobre a Primeira Epístola da São Pedro. Espero dar conta do propósito, apesar das minhas ocupações... Que sejam para a edificação e fortalecimento da fé dos irmãos no Ressuscitado, razão do meu ministério!


Porque mortos, vivos!

“Se morremos com Cristo, temos fé que também viveremos com Ele, sabendo que Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre, a morte não tem mais domínio sobre Ele. Porque, morrendo, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; vivendo, Ele vive para Deus. Assim, também vós considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus” (Rm 6,8-10).

Na Epístola da Vigília Pascal, ouvimos todos estas palavras. Por que a Igreja latina as escolheu para sua celebração litúrgica mais importante? O que significam mesmo?
Comecemos com a triunfal afirmação do Apóstolo: “Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre, a morte não tem mais domínio sobre Ele”. Eis o seu significado: Cristo foi ressuscitado pelo Pai, que sobre Ele enquanto homem (corpo e alma humanos) derramou a plenitude do Espírito vivificante. A segunda Pessoa da Trindade, na Sua natureza humana – corpo e alma – agora Se encontra totalmente divinizada, totalmente glorificada, plena de uma Vida que não é mais esta nossa, mas a própria Vida divina, que um dia também nos será dada em plenitude.
Assim, Jesus, nosso Senhor, o Ressuscitado, não simplesmente vive daquela vida que vivia antes, vida igual à nossa; Ele é, ao invés, “o Vivente”, que esteve morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos, e tem nas mãos as chaves da Morte e do Sheol (cf. Ap 1,18); Ele, o Vivente, já não pode ser alcançado pela morte: agora, na Sua alma e no Seu corpo humanos, Ele é todo plenitude, todo saciedade, todo Vida, todo fonte de Vida! Tudo quanto sonhamos de vida, Ele tem, Ele é e é ainda muito mais que possamos pensar ou desejar!

Mas, surpreendente é o motivo que São Paulo dá para toda essa Glória de Cristo: “Porque, morrendo, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; vivendo, Ele vive para Deus”. Sim, tais palavras se referem ao Cristo! Ele morreu para o pecado e morreu uma vez por todas? Que significa isto? Cristo, por acaso, tinha pecado? Não: “Ele não cometeu pecado algum; mentira alguma foi achada em Sua boca” (1Pd 2,22). Pecado, aqui, diz respeito à natureza humana que Ele assumiu quando se fez homem. Sua natureza humana não era pecadora como a nossa, mas Ele entrou num mundo marcado pelo pecado, entrou humilhando-Se, entrou experimentando as consequências dolorosas das relações com os outros e com o mundo todo poluído pelo pecado, entrou num ambiente, numa esfera de pecado. “Morrendo, Ele morreu para o pecado uma vez por todas”, pois Ele nunca mais voltará a esta vida mortal, vida de humilhação... Nem Ele nem ninguém volta, pois só se vive uma vez e, depois, tem-se o julgamento (cf. Hb 9,27). Para o Cristo morto e ressuscitado, adeus morte, adeus humilhação... Morto, Jesus saiu, naquela cruz, deste mundo de pecado, morreu para o pecado, enfrentando a consequência mais radical de pertencer a um mundo e a uma humanidade marcados pela desordem da pecaminosidade: a morte!
Ele, que morreu uma vez por todas, agora, “vivendo, Ele vive para Deus!” Em outras palavras: vivendo agora como Ressuscitado, pleno do Espírito Vivificador, Ele vive na esfera de Deus, Ele vive como Deus na Sua natureza humana, Ele vive para o Pai: “Subo a Meu Pai e vosso Pai; ao Meu Deus e vosso Deus!”  (Jo 20,17). É o Filho de Deus feito homem glorificado, ressuscitado, transfigurado em Glória divina Quem diz estas palavras!

Agora, podemos compreender o restante do pensamento do santo Apóstolo: no Batismo e Eucaristia nós somos configurados realmente à morte e ressurreição de Cristo: no Batismo somos mergulhados na Sua morte e ressurgimos na Sua ressurreição; na Eucaristia, comungamos com Ele imolado e ressuscitado. Assim, estes dois maiores sacramentos, os fundamentais, configuram-nos ao mesmo tempo na morte e ressurreição do Senhor; por isso, “se morremos com Cristo, temos fé que também viveremos com Ele”... Realmente, nos sacramentos algo concreto, verdadeiro, efetivo, acontece conosco: a morte e a vida nova, ressuscitada, de Cristo passam a trabalhar em nós: todas as mortes desta vida vãos se tornando morte em Cristo e com Cristo e tudo isto vai se tornando ressurreição em Cristo, até a Ressurreição final! Ora, essa configuração a Cristo não pode ser somente algo no plano concreto do nosso ser, mas deve esparramar-se e mostrar-se no nosso agir, no nosso modo de viver: “Assim, também vós considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus”. A nossa vida nova com Deus em Cristo revela-se numa contínua procura de rompimento com tudo quanto em nós é pecado, superando a tendência para as várias paixões que ainda opera em nós. Essa má tendência chama-se concupiscência e será ocasião de luta para nós até o fim da vida...

Então, cristão, vivamos a como novas criaturas no Senhor, pois “Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado. Celebremos, portanto, a festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da malícia e da perversidade, mas com pães ázimos: na pureza e na verdade!” (1Cor 5,7-8)



domingo, 20 de abril de 2014

A vitória do Ressuscitado segundo Mateus (28,11-20)

11Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. 12Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; 13e instruíram-nos: “Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos Dele e O roubaram, enquanto estávamos dormindo’. 14E se isso chegar aos ouvidos do Governador, nós o tranquilizaremos, para que não vos castigue”. 15Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.

Comentando:

É gritante o contraste entre a alegria das mulheres pelo anúncio do Anjo e pelo encontro com o próprio Senhor ressuscitado e o cinismo dos sinedritas. Não creram em Jesus e, ainda agora, refutam-se a pensar seriamente no fato que acabara de lhes ser contado. Entre a conversão e o cinismo, preferem o segundo e subornam a guarda.
Portanto, duas possibilidades. Se o cadáver de Jesus foi roubado pelos discípulos, tudo continua como antes: o Nazareno era apenas um impostor, um profeta iludido, um messias falso. E, neste caso, os discípulos seriam uns doentes, incapazes de aceitar a realidade, apegados a uma ilusão absolutamente absurda. Aqueles discípulos não passariam de farsantes e falsários!

Por outro lado, se realmente Jesus ressuscitara, então tudo muda, absolutamente!
Neste caso – incrível!!! – Ele é o Messias do Deus de Israel,
Nele as promessas do Senhor Deus se cumpriram!
Mais ainda: chegaram os últimos tempos e a Morte foi vencida definitivamente!

Era mais cômodo para o Sinédrio a primeira versão, a do roubo do cadáver... E até o presente dia, para o povo de Israel, Jesus não é o Messias, não ressuscitou... É um fato misterioso e impressionante: o Povo de Deus da Antiga Aliança rejeitou o Messias que o Senhor lhe prometera e pelo qual tanto esperara! Eram os chefes – sobretudo o Sumo Sacerdote – que deveriam reconhecer oficialmente o Messias. Não o fizeram, em nome de todo o Israel. E todo o judeu que aceite Jesus, ainda hoje, tem que romper com o judaísmo. São Paulo, ele mesmo viveu esta experiência, e nos ensina o significado desta misteriosa recusa em reconhecer o Senhor. Vale a pena a leitura de Rm 9-11!



16Os onze discípulos voltaram à Galileia, à montanha que Jesus lhes tinha indicado. 17Quando O viram, prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. 18Jesus Se aproximou deles e disse: “Foi-Me dada toda a autoridade no céu e na terra. 19Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.

Comentando:

O grupo dos Doze, agora ferido pela defecção de Judas, volta à Galileia. A Igreja vai desenvolver-se saindo de Jerusalém, do seio do judaísmo. Dirigem-se ao monte que Jesus lhes indicara.
Nas Escrituras o monte é o lugar da manifestação de Deus. Qual teria sido esse monte? O Tabor, o monte das Bem-aventuranças? Não sabemos. Basta saber que foi o monte no qual Jesus revelou-Se aos Onze com toda a Sua Glória divina, com Seu estado de Senhor ressuscitado, transfigurado em Glória como no Tabor.
Aquele que fora visto como homem desfigurado em dores, agora aparece como transfigurado em Glória divina! Por isso, diante Dele, os discípulos prostram-se: Ele é Senhor, Ele agora é totalmente divino na Sua própria natureza humana; já não mais está no estado de humilhação, de servo...

Só para recordar: a Glória divina, a Energia Divina, a vida divina é o Santo Espírito, Aquele que o Pai derramou de modo total, pleno e definitivo sobre o Filho feito homem, ressuscitando-O dos mortos, fazendo-O Vivente!

Alguns duvidam. Benditas essas dúvidas, que nos dizem que os discípulos não eram um grupo de alienados, dispostos a inventar fábulas sobre Jesus! Aliás, a Segunda Epístola de Pedro exprime muito bem esta disposição dos primeiros  discípulos do Senhor: “Pois não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da Sua grandeza. Efetivamente, Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o Meu Filho bem-amado, no qual está o Meu agrado”. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do Céu, quando estávamos com Ele na montanha santa” (2Pd 1,19-18).

Depois da dúvida a declaração: Jesus recebera do Pai toda autoridade “no céu e na terra”, isto é, sobre toda a inteira criação.
Nenhum poder se iguala ao do Cristo ressuscitado, pois Sua autoridade é divina.
Depois da declaração, o mandato missionário: fazer discípulos dentre todas as nações, que vivam como Jesus determinou.
Veja, meu Leitor: ser cristão não é simplesmente crer em Jesus, mas viver segundo os critérios de Jesus! A porta para essa Vida nova é o Batismo. Sabe-se o quanto a tradição proveniente da Reforma luterana e suas derivações atuais insistam que é somente a fé que salva. Esta visão é errada e contrária às Sagradas Escrituras!
Quem crê, precisa absolutamente pedir o Batismo, que significa entrar sacramentalmente na relação que o Filho tem com o Pai no laço do Espírito. Ora, pedir o Batismo – que é dado pela Igreja por ordem do próprio Senhor – supõe necessariamente ingressar na Igreja de Cristo, a dos Doze, que tem a Pedro por pedra, e nela viver. Outro detalhe: os Atos falam muito em ser batizado no nome de Jesus. Ora, o Batismo de Jesus, o Batismo no Nome de Jesus é, precisamente, o Batismo na invocação das três divinas Pessoas. Foi este e só este o Batismo instituído pelo Senhor.

E a promessa final, que fecha admiravelmente o Evangelho segundo Mateus: “Eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos!”
É o tempo da Igreja, esse tempo intermediário entre a inauguração do Reino e sua consumação na Glória, quando Cristo nossa vida aparecer (cf. Cl 3,4).

Observe: Eu estarei convosco... Volte um pouco ao início de Mateus (Mt 1,23): Ele será chamado Emanuel – Deus conosco!
Ei-lo, novamente, ao final do escrito de Mateus: o Emanuel de todos os dias de nossa vida, da vida da Igreja! Observe que Mateus não conta a Ascensão... não a nega; simplesmente quer deixar claro que Jesus permanece conosco.
Ele estará conosco todos os dias – nos bons e nos maus, nos luminosos e nos tenebrosos, nos dias de glória e de humilhação, de certezas e de dúvidas...
Eu estarei convosco todos os dias, cada dia, na potência do Meu Santo Espírito dado nos sacramentos, até o fim dos tempos!
Desta promessa vivemos, nesta certeza certíssima apostamos a nossa vida!


Feliz Páscoa, meu Leitor!
Jesus, o nosso Irmão, ressuscitou!
Ressuscitou verdadeiramente! Aleluia!


A Vitória do Ressuscitado segundo Mateus (28,1-10)

1Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande terremoto: o Anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos.
5Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que Ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá O vereis’. É o que tenho a vos dizer”.
8E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram Seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a Meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”.

Comentando:

Eis, meu Leitor: estamos depois do sábado! Passou o sábado da antiga criação, passou o sábado da antiga aliança, passou o sábado dos judeus!

Estamos agora num tempo novo, “ao raiar do primeiro dia” depois do sábado, primeiro dia de um mundo novo, de um tempo novo, de uma aliança nova, selada no Novo Adão! Mas, Maria Madalena e Maria de Alfeu ainda não sabem. Vão ao túmulo logo cedo: “foram ver o sepulcro”...
Não puderam fazê-lo no sábado dos judeus para não o violarem com uma caminhada maior que a prática judaica permitia...
Vão porque amam, vão porque têm saudades do Mestre, vão porque não conseguem esquecê-Lo.

Segundo Marcos ( cf. Mc 16,1) e os outros evangelistas, elas teriam ido embalsamar o corpo de Jesus. Não é provável: primeiro, fazia somente um dia que o Senhor tinha sido sepultado; não se deveria mexer no Seu cadáver... Depois, a guarda montada pelo Sinédrio não permitiria. Além do mais, essas mulheres não poderiam rolar a pedra do sepulcro...
Penso que seja preciso dar razão a Mateus: as mulheres foram simplesmente visitar o túmulo.

E, então, o Anjo do Senhor abre o túmulo de modo miraculoso. Observe, meu Leitor, que o Anjo não somente abre o túmulo – e não para que Jesus saia (Ele já ressuscitara de madrugada!), mas para que as mulheres possam entrar e ver a visão mais impressionante, mais feliz, mais surpreendente de toda a história humana: o túmulo estava vazio -; o Anjo também provoca terror na guarda sinedrita, que fica totalmente paralisada! Note que o Anjo tem aspecto divino, sobre-humano, indescritível. Mateus o compara a um relâmpago! Algo que não se pode de modo algum imaginar!

E, então, a fala desse Mensageiro celeste: “Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito!”
Meu caro Leitor, tente imaginar o efeito destas palavras naquelas mulheres: surpresa, espanto, vertigem! De repente a tristeza mais triste torna-se total alegria, exultação, certeza, luz! Pense em uma realidade inesperada, chegada de repente, dessas que subverte tudo, que muda a maior escuridão, de repente, sem gradualidade, na luz mais esfuziante, na luminosidade mais intensa! “Ele, o Crucificado, o homem de dores, aquele que vistes macerado, feito cadáver, não está aqui! Não, não! Não roubaram o cadáver, não foi levado pelos insensíveis sinedritas: Ele ressuscitou! Compreendei: Ele venceu a morte, Ele é o Vivente para sempre! Ele está vivo! Melhor: Ele é a Vida, a fonte da Vida, o Vivificador! Como Ele tinha dito, assim se fez!”
Tente, Leitor, tente imaginar: a certeza mais certa de que Jesus era realmente o Messias de Israel, de que Jesus era o Enviado de Deus, de que realmente as promessas divinas Nele se cumpriram.
Para um judeu a ressurreição somente aconteceria no Último Dia, no Dia do Senhor, no Terceiro Dia, conforme a profecia de Oséias (cf. Os 6,2). Pois agora, com a ressurreição, chegara o Último Dia, chegara o Dia do Senhor, o Terceiro Dia: “Em dois dias Ele nos dará nova vida, no terceiro dia Ele nos ressuscita e poderemos viver na Sua presença!”

Meu caro Leitor, que ninguém procure mais Jesus entre os mortos, num túmulo: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5). Estas palavras bem que poderiam ser repetidas para tantos doutores, que procuram Jesus entre os mortos da história, entre os personagens do passado, entre as leis deste mundo! Nunca haverão de encontrá-Lo, de vê-Lo, de compreendê-Lo! Simplesmente, não está aí! Ressuscitou! – E o Anjo convida as mulheres a verem pessoalmente, com seus próprios olhos, a pedra onde colocaram seu corpo... Agora está vazia!

Depois a ordem, a missão: “Ide depressa! Não há tempo a perder! Ide contar aos discípulos: Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá O vereis!” E lá vão as mulheres, alegres e medrosas ao mesmo tempo, diante de notícia tão misteriosa, de fato cujas consequências elas sequer podem imaginar! Correm para cumprir a missão, para dar a notícia que nunca ficará velha aos discípulos. E, então, outra surpresa, outro susto alegre, feliz, inacreditável: “O próprio Jesus veio ter com elas: Alegrai-vos! Elas se aproximaram e abraçaram Seus pés, em adoração!” Não podemos imaginar o que se sentiu ali, o que se passou nessa ocasião!

Mas, Jesus nunca vem ao encontro dos Seus por nada; sempre traz-lhes uma missão: “Ide anunciar aos Meus irmãos que vão para a Galileia. Lá Me verão!” “Meus irmãos!” – Jesus nunca chamara assim os discípulos! Mas, agora, depois, da agonia, da dor, da cruz, da morte, do sangue derramado, em previsão do Espírito de Filho que lhes será dado... “Meus irmãos!” É isto que nós somos, porque recebemos o mesmo Espírito que Ele recebeu do Pai na Ressurreição!

E depois, a ordem de irem a Galileia... Recorde, meu Leitor: a cena se passa em Jerusalém, centro do antigo Povo de Deus, centro da vida religiosa judaica, Cidade da Antiga Aliança. Ali estava o Templo, ali se celebravam as grandes festas judaicas, para lá os judeus peregrinavam e Jesus tantas vezes peregrinou. Para Jerusalém Jesus dirigiu-Se para cumprir Seu destino e selar Sua missão “pois não é possível que um Profeta pereça fora de Jerusalém”(Lc 13,33). E lá, em Jerusalém, Ele foi o Cordeiro imolado, entregue pelos pecados nossos e do mundo inteiro.

Mas, agora, depois de ter consumado a Sua obra, depois de ter instaurado com Sua Morte e Ressurreição a Nova e Eterna Aliança, Jerusalém, a da terra, está definitivamente superada. Lá, no âmbito do judaísmo, do Templo, da sinagoga, já não se poderá mais encontrar Jesus; Ele não mais está lá, não mais no judaísmo! Não haverá Messias para os judeus, a não ser quando o Senhor nosso se manifestar no final dos tempos, “pois Eu vo-lo digo, doravante não Me vereis mais, até que digais: Bendito seja em Nome do Senhor Aquele que vem ” (Mt, 23,39).

“Ide anunciar aos Meus irmãos que se dirijam à Galileia; lá eles Me verão!” Na Galileia: é lá que o Senhor espera os Seus discípulos! Bem longe de Jerusalém. Surpreendente! Primeiro, o Senhor manda que Seus discípulos se dirijam para lá. Por quê? A Galileia é região mista, dos judeus vivendo misturados com os pagãos. Mateus, citando Isaías, chama-a “Galileia das Nações” (cf. 4,15). Antes, Jesus proibia que seus discípulos se dirigissem aos pagãos; deveriam primeiro ir à Casa de Israel (cf. Mt 10,6). Agora, ressuscitado, ele ordena aos Seus discípulos, à Sua Igreja, que se dirijam aos pagão, à Galileia das Nações, se quiserem encontrá-Lo! Lá, na Galileia, no mundão afora, Ele nos precede, Ele nos espera, Ele Se deixa encontrar, deixa-Se ver! Lá, na Galileia, Ele nos diz sempre: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra Me foi entregue! Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem Meus discípulos... E Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,18ss)

Hoje, quando alguns teólogos sabichões e alguns pastores medrosos, de mentalidade mais fascinada pela ideologia dominante que pelas palavras de Jesus, têm medo de anunciar o Evangelho, de chamar as pessoas, os povos, o mundo à conversão, quando muitos cristãos, esquecidos do Evangelho, insinuam que todas as religiões são verdadeiras, são reveladas e levam a Deus, a palavra do Senhor aparece com toda a sua força revolucionária.

“Eu vos espero na Galileia do mundo.
Não para serdes mundanos, não para tomar os modos do mundo, mas para anunciar o Meu Nome, para levar a salvação que somente em Mim pode ser alcançada.
Não tenhais medo!
Tende coragem: anunciando o Meu Nome, ver-Me-eis, encontrar-Me-eis, experimentareis que Eu estou vivo!
Não temais!
Não penseis em sucesso, não façais cálculos humanos, não domestiqueis o Meu Evangelho à medida do mundo, não façais concessões!
Amai como Eu amei,
abraçai a cruz como Eu abracei,
tende paciência como Eu tive,
suportai como Eu suportei,
sofrei como Eu sofri,
servi como Eu servi!

Crede em Mim, esperai em Mim, confiai em Mim!
Vós havereis de experimentar:
Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!"



Páscoa, de Cristo e nossa!



Não está aqui!

Ressuscitou!

Feliz Páscoa!

Retiro Quaresmal - A Paixão segundo Mateus (última parte)

Tríduo Pascal: Sábado Santo – XL e último Dia de Penitência
Mt 27,62-66

62No dia seguinte, terminado já o dia de preparação do sábado, os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos 63e disseram: “Senhor, lembramo-nos de que Este impostor, quando ainda estava vivo, disse: ‘Depois de três dias vou ressuscitar!’ 64Manda, portanto, assegurar o sepulcro até ao terceiro dia, para não acontecer que os discípulos venham roubar o corpo e digam ao povo: ‘Ele ressuscitou dos mortos!’, pois essa última impostura seria pior do que a primeira”. 65Pilatos respondeu: “Aí tendes uma guarda. Ide assegurar o sepulcro como melhor vos parecer”. 66Então eles foram assegurar o sepulcro: lacraram a pedra e deixaram ali a guarda.

Comentando:

Passou o sábado dos judeus... A primeira atividade dos sinedritas é pérfida: vão a Pilatos fazer intriga. Para eles Jesus não passa de um impostor! Querem evitar uma impostura maior: que surja o mito da ressurreição! Pilatos nega-lhes o pedido. Eles não têm seus próprios guardas sinedritas? Pois os levem...
Levam guardas deles mesmos, colocam-nos de vigia, lacram o sepulcro!
Está tudo garantido; não há erro:
Jesus morreu de verdade, pois Pilatos autorizou a retirada do corpo,
José de Arimateia viu a morte de Jesus e ele mesmo o sepultou,
as mulheres viram que ele fora sepultado, viram o lugar da sepultura e viram quando a grande pedra foi rolada.
Agora os guardas do próprio Sinédrio fazem guarda no túmulo, depois que este fora lacrado pelos próprios sinedritas...

Pronto! Tudo está seguro: Jesus está morto!
Seu cadáver lacrado para sempre...
Naquele túmulo ninguém poderia entrar; daquele túmulo ninguém poderia sair...

Mas, quem pode reter a Vida?
Quem pode limitar o poder amoroso de Deus?
Ah, lógica do mundo!
Ah, minha pobre lógica!
Ah, lógica de Deus!

Aqui termina, caro Leitor, o nosso Retiro Quaresmal, num túmulo lacrado... Os homens falaram, condenaram o Salvador... Agora, a última palavra cabe ao Santo, ao Eterno, Deus de Israel, a Quem Jesus chamava de Pai...
Que dirá Ele? Deus fala realizando...
Que fará Ele?


Desde já, Feliz Páscoa!