sexta-feira, 12 de abril de 2019

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas - IX

Eles prenderam Jesus e O levaram, conduzindo-O à casa do Sumo Sacerdote. Pedro acompanhava de longe. Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: “Este aqui também estava com Ele!” Mas Pedro negou: “Mulher, eu nem O conheço!” Pouco depois um outro viu Pedro e disse: “Tu também és um deles!” Mas Pedro respondeu: “Homem, não sou”. Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: “Certamente, este aqui também estava com Ele, porque é galileu!” Mas Pedro respondeu: “Homem, não sei o que estás dizendo!” Nesse momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. Então, o Senhor Se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: “Hoje, antes que o galo cante, três vezes Me negarás”. Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente (Lc 22,54-62).

Prenderam Jesus. O homem pecador prende o Deus Santo, o Justo, o Inocente! Ainda hoje o processo maldito continua – e continua de modo particular no Ocidente que nasceu do Evangelho, que se nutriu da seiva de Cristo e, agora, com ódio cego e insano, volta-se contra o Senhor que um dia o iluminara. Nossa cultura neopagã prende Jesus: querem reduzi-Lo à vida privada, querem tirá-Lo de nossas escolas e repartições públicas, querem, a força, denegrir e desmoralizar Sua Igreja, querem emporcalhar por atacado todos os ministros do Senhor, desmoralizando o sacerdócio e esvaziando o sentido do celibato... Prenderam Jesus e matarão Jesus! Quanta loucura, quanta treva, quanto cheiro de pecado e de morte!

Levaram o Senhor nosso à casa de Caifás e de Anás, seu sogro, e verdadeiro chefe político de Israel. Não se poderia esperar outra atitude dos inimigos de Jesus, homens endurecidos no coração, homens que tinham tornado a religião um negócio e a Lei de Moisés, uma prisão... Aqueles homens já não se comoviam, já não se deixavam questionar, já não sabiam rir com a beleza e simplicidade das coisas, já não procuravam a verdade... Estavam presos nas suas armadilhas ideológicas, nas suas convicções enferrujadas... Como poderiam, então, reconhecer em Jesus o bendito Enviado de Deus, o Santo Messias de Israel? – Cuidado nós, porque este também pode ser o nosso pecado: acostumar-se com Jesus, já não mais nos surpreendermos com Ele, que é tão surpreendente, e já não mais nos encantar com Ele, que é tão belo!

Mas, e nós, e Pedro, nesta história toda? “Pedro acompanhava de longe”. – que vergonha eu sinto, Jesus, que vergonha! Porque sou como Pedro; não sou melhor! Quantas vezes Te sigo de longe, como se nada tivesse a ver Contigo, como se não Te conhecesse e não soubesse Quem és e não Te amasse! Jesus, Jesus! Traze-me para perto de Ti! Dá-me coragem para não Te seguir de longe, de modo descomprometido, mas de perto, participando de Tua dor, tomando parte da Tua vergonha, mostrando a cara, mostrando o peito e dizendo: “Sou cristão, sou discípulo dele, sou encantado com o Seu amor, aposto Nele a minha vida!”

Pedro, eu, eu, Pedro... Aquela mulher linguaruda e o mundo incréu encaram bem nos olhos e apontam para Pedro – para mim! -: “Este aqui também estava com Ele! Tu também és um deles! Certamente, este aqui também estava com Ele...” Que honra para Pedro – para mim – deveriam ser essas acusações: estar com Ele, com o Salvador, com o amado Jesus! Ser um de Seus discípulos! Estar com Ele quando Lhe vem a vergonha da prisão e da paixão! – Estar Contigo sempre e, de modo, particular, nos momentos de cruz da minha vida, da vida da Igreja, da vida do mundo...

E, no entanto, eu e Pedro, Pedro e eu, eu Pedro, Te renego! Ai que vergonha, que palavras tristes, daquelas de cortar coração: “Eu nem O conheço!”
Com meus atos já agi assim, com minha covardia já disse desse jeito, eu, meu querido Jesus, que tanto Te conheço, que sei que és o Santo de Deus, que és o sentido de minha vida, que és o Filho bendito de Deus!
Eu Te conheço, meu bom Mestre!
Que eu diga isto ao mundo, que eu não Te renegue: eu Te conheço, eu sou um dos Teus discípulos, eu sou filho da Tua Esposa católica, eu sou cristão! Eu quero sê-lo sempre, na vida e na morte!

“Então, o Senhor Se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, três vezes Me negarás’. Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente”. – O Senhor Se voltou para Pedro e o olhou... Nenhuma palavra, só um olhar... Ai, que dor! De repente a luz de Cristo penetrou o coração de Pedro e ele se viu: Viu sua miséria, sua covardia, sua indignidade, sua incapacidade de ser fiel, sua inaptidão para ser discípulo de Jesus! – Olhar do meu Senhor, que repousando sobre mim me acusa e me perdoa, mostra minha culpa e a purifica! Olhar do meu Jesus, tão verdadeiro, tão doce, tão cheio de lamento, de dor e de misericórdia!
Que eu não fuja do Teu olhar, meu Jesus, mesmo quando ele me doa tanto! E, se eu te renego tanto, eu Pedro, que também eu chore amarga e arrependidamente como o Teu Apóstolo!

Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos, porque pela Vossa santa Cruz remistes o mundo!



Um comentário:

  1. Essa negação de Pedro me fez recordar a passagem em que ele pergunta a Jesus quantas vezes podemos perdoar (Mt 18,21). No meu caso perguntei no meu íntimo, quantas vezes neguei ao Senhor até 3? ele me respondeu, até 30 vezes 3.
    Perdoai-me Senhor!

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