XLI Dia da Quaresma – XXXV de penitência
(Jo, 11,1-54)
28Depois de ter dito isto, ela foi chamar a sua irmã,
Maria, dizendo baixinho: “O Mestre está aí e te chama”. 29Quando Maria ouviu
isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. 30Jesus estava ainda
fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com Ele. 31Os
judeus que estavam em casa consolando-a, quando a viram levantar-se depressa e
sair, foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para ali chorar. 32Indo
para o lugar onde estava Jesus, quando O viu, caiu de joelhos diante Dele e
disse-Lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido”.
33Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu
interiormente, ficou profundamente comovido, 34e perguntou: “Onde o
colocastes?” Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os
judeus disseram: “Vede como Ele o amava!”
37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os
olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”
38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou
ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra.
Comentando:
A palavra de Marta à sua irmã Maria tem uma
ressonância espiritual tão bela, tão doce, tão tocante: “O Mestre está aí e te chama...” Lembro do santuário eucarístico de
Maceió, a Igreja do Rosário. No meu tempo de adolescente havia uma inscrição
com estes dizeres à entrada da igreja. Era um convite para adorar Jesus no
Sacramento Santíssimo, para ficar com Ele: “O
Mestre está aí e te chama...” Ainda hoje, para cada um de nós que escutamos
com fé de discípulo a palavra da Escritura Santa, esta palavra deve ecoar no
nosso coração...
Veja a atitude de Maria, caro Leitor: logo ao ouvir
que Jesus estava ali e a chamava, levantou-se depressa e foi ao Seu encontro...
É a atitude do discípulo verdadeiro, o comportamento de quem verdadeiramente
ama o Senhor.
Esta Maria, de quem tão pouco sabemos, é sempre
encantadora: foi ela quem sentou-se aos pés do Senhor, bebendo cada palavra que
saia de Sua boca e recebendo de Jesus um belo elogio: ela escolhera a melhor
parte (cf. Lc 10,38-42), foi ela ainda quem ungiu os pés de Jesus com nardo
puríssimo, de alto preço – o equivalente ao salário anual de um operário! – de
modo que o perfume do seu gesto amoroso impregnou a casa toda e, mais uma vez,
recebeu o elogio de Jesus: seu gesto ficaria no coração da Igreja para sempre,
pois foi um gesto de amor pelo Mestre (cf. Jo 12,1-8). É esta Maria sensível,
virtuosa, amorosa, discreta, que corre até Jesus e se prostra diante Dele!
De seu coração magoado sai a mesma queixa de Marta:
“Senhor, por que demoraste? Se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!”
Ante a delicadeza de Maria, Jesus chora, comovido!
Deus jamais se compraz com a morte ou com quaisquer
males que nos aconteçam... O Senhor chora ante a morte de Lázaro e a dor de
suas irmãs; o Senhor chora diante de cada dor nossa: o coração de Deus é
compassivo e misericordioso. Nosso Senhor jamais se alegra com nossa dor!
Tão sensível é Jesus, tão tocado por nossa dor, que os
judeus questionam: “Este, que abriu os
olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?” E
Jesus, ante tal questionamento, ficou interiormente comovido. Perguntamos nós,
como os judeus: E então, sendo assim, por que permite, por que não age, por que
demora?
Silêncio, coração velhaco!
Silêncio, mente prepotente dos filhos de Adão!
Até quando pediremos contas a Deus?
Até quando ousaremos julgá-Lo, como se soubéssemos mais
que Ele?
Será que não compreendemos? Eis: “Os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, e vossos caminhos
não são os Meus. Pois tanto quanto o céu acima da terra, assim estão os Meus
caminhos acima dos vossos e Meus pensamento distantes dos vossos” (Is 55,9).
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