XLII dia da Quaresma - XXXVI de penitência
Mt 26,30-35
30Depois de
cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras. 31Então Jesus disse aos
discípulos: “Esta noite, todos vós vos escandalizareis a Meu respeito. Pois
está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão”. 32Mas,
depois de ressuscitar, Eu irei à vossa frente para a Galiléia”.
33Pedro lhe
disse: “Mesmo que todos se escandalizem, eu jamais”. 34Jesus lhe declarou: “Em
verdade Eu te digo: esta noite, antes que o galo cante, três vezes Me negarás”.
35Pedro respondeu: “Ainda que eu tenha de morrer contigo, não Te negarei”. E
todos os discípulos disseram a mesma coisa.
Comentando:
“Depois de
cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras”... Na verdade, trata-se não de um salmo só, mas do conjunto
de salmos chamado Hellel (= louvor;
daí vem o termo Helleluiah = louvai o
Senhor), que se cantava nas grandes festas e, especialmente, ao fim da ceia
pascal judaica. São os salmos 112/113 – 117/118. Vale a pena rezar esses
salmos, para colocar-se em sintonia com os sentimentos do Senhor: a Páscoa de
Israel, que saíra do Egito atravessando o tremendo Mar para entrar na Terra
Prometida é a moldura para a Páscoa do Senhor nosso, que saiu da kénosis, do abaixamento em que Se
encontrava neste mundo, atravessando o tremendo mar da morte, para entrar na
Terra Prometida da Glória do Pai...
Segundo Mateus, é no Monte das Oliveiras que Jesus faz
a dramática revelação: naquela noite, naquela escuridão, naquela hora do poder
das Trevas (cf. Lc 22,53): “Esta noite,
todos vós vos escandalizareis e Meu respeito!”
Veja, meu Leitor: esta frase diz respeito aos
discípulos, a mim, a você, aos cristãos: naquela noite de provação, naquela
noite em que o Senhor foi traído, vilipendiado, tornado presa de Seus inimigos,
os Seus discípulos tropeçaram (= escandalizaram-se) por causa Dele...
Que vergonha para nós! Quantas vezes, nas trevas,
naquelas situações e acontecimentos que nos machucam e que não compreendemos,
temos a tentação de nos escandalizar com o Senhor, de desconfiar do Seu amor,
da Sua providência e até mesmo da Sua existência...
– Senhor, por misericórdia, faze que nas noites da vida
eu não me escandalize por Tua causa e não Te renegue!
Perdoa, Senhor, pela fraqueza de nossa fé, pela
debilidade do nosso amor! Kyrie, eleison!
É impressionante como os discípulos não se conhecem:
presunçosamente, garantem que não se escandalizarão por causa de Jesus: “‘Ainda que eu tenha de morrer Contigo, não
Te negarei!’ E todos disseram a mesma coisa!”
Ah, que o nosso amor é tão fugaz quanto a névoa da
manhã: logo se desfaz (cf. Os 6,4): prometemos tanto ao Senhor e tão
rapidamente é o que esquecemos o que prometemos!
Quantos propósitos feitos na oração e desfeitos logo
depois, ante a dureza da vida e as contradições da existência!
Pobre Pedro, que não se conhece; pobres discípulos,
pobres nós! Ao invés de confiar presunçosamente nas nossas próprias forças,
deveríamos – nós e Pedro – confiar na oração do Senhor, que vela por nós: “Eu orei por ti para que a tua fé não
desfaleça!” (Lc 22,32).
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