Logo nesta Oitava de Páscoa, a Igreja nos faz escutar, na Liturgia das Horas, a Primeira Epístola de São Pedro. Trata-se de um escrito rico em catequese batismal. Páscoa e Batismo, Páscoa e Eucaristia são temas inseparáveis: pelo Batismo somos imersos na morte de Cristo e da imersão saímos para a Vida nova de ressuscitados em Cristo; pela Eucaristia, banquete sacrifical no qual se faz presente o eterno e glorioso sacrifício do Cordeiro morto e ressuscitado, somos cada vez mais assimilados, unidos, transfigurados no Cristo pascal de morte e ressurreição, deixando que o Santo Espírito do Ressuscitado faça crescer mais e mais em nós, até a Vida eterna, a nova Vida recebida no Batismo.
Referindo-se ao santo Batismo, as Catequeses feitas por um dos Bispos de Jerusalém do século IV, assim ensinava, exprimindo perfeitamente a fé do Novo Testamento e da Igreja apostólica: “Num mesmo instante, morrestes e nascestes, e aquela água de salvação tornou-se para vós, ao mesmo tempo, sepulcro e mãe”. Depois, recordando a santa Crisma, confirmação batismal, o venerável texto cristão explicava: “Batizados em Cristo e revestidos de Cristo, vós vos tornastes semelhantes ao Filho de Deus. Com efeito, Deus que nos predestinou para a adoção de filhos, tornou-nos semelhantes ao corpo glorioso de Cristo. Feitos, portanto, participantes do corpo de Cristo, com toda razão sois chamados ‘cristãos’, isto é, ungidos; pois foi de vós que Deus disse: ‘Não toqueis nos Meus ungidos’ (Sl 104,15). Tornastes-vos ‘cristãos’ no momento em que recebestes o selo do Espírito Santo; e tudo isto foi realizado sobre vós em imagem, uma vez que sois imagem de Cristo. Depois que subistes da fonte sagrada , o óleo do crisma vos foi administrado, imagem real daquele com o qual o Cristo foi ungido, e que é, sem dúvida, o Espírito Santo! Vós fostes ungidos com o óleo do crisma, tornando-vos participantes da natureza de Cristo e chamados a conviver com Ele. Não julgueis que este crisma é um óleo simples e comum. Depois da invocação [do Santo Espírito], é um dom de Cristo e do Espírito Santo, tornando-se eficaz presença da Divindade. Simbolicamente, unge-se com ele a fronte e os outros membros. E enquanto o corpo é ungido com o óleo visível, o homem é santificado pelo Espírito que dá a Vida”.
Depois, falando do outro sacramento pascal por excelência, a Eucaristia, eis o que dizia o antigo texto catequético: “Recebemos com toda a convicção o Corpo e o Sangue de Cristo. Porque sob a forma de pão é o Corpo que te é dado, e sob a forma de vinho, é o Sangue que te é entregue. Assim, ao receberes o Corpo e o Sangue de Cristo, te transformas com Ele num só corpo e num só sangue. Deste modo, tendo assimilado em nossos membros o Seu Corpo e o Seu Sangue, tornamo-nos portadores de Cristo, tornamo-nos, como diz São Pedro, ‘participantes da natureza divina’ (2Pd 1,4)”.
Pois bem, com estes pensamentos no coração e na mente, proporei algumas meditações pascais sobre a Primeira Epístola da São Pedro. Espero dar conta do propósito, apesar das minhas ocupações... Que sejam para a edificação e fortalecimento da fé dos irmãos no Ressuscitado, razão do meu ministério!
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