XXXVI Dia da Quaresma – XXXI de penitência
(Jo, 11,1-54)
17Quando
Jesus chegou, havia já quatro dias que Lázaro estava no túmulo. 18Betânia
ficava perto de Jerusalém; uns três quilômetros apenas. 19Muitos judeus tinham
ido à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta
ouviu dizer que Jesus estava a chegar, foi ao encontro Dele. Maria, porém,
ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: «Senhor, se estivesses
aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas ainda agora eu sei: tudo o que pedires
a Deus, Ele To concederá». 23Jesus disse: «Teu irmão vai ressuscitar». 24Marta
disse: «Eu sei que vai ressuscitar na ressurreição, no último dia». 25Jesus
disse: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, mesmo que morra,
viverá. 26E todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre. Crês
nisto?» 27Ela respondeu: «Sim, Senhor. Eu creio que Tu és o Messias, o Filho de
Deus que devia vir a este mundo».
Comentando
Lázaro estava há quatro dias no túmulo. Para os
judeus, a corrupção do cadáver iniciava após o terceiro dia... A morte,
portanto, já se tinha apoderado totalmente de Lázaro.
É de cortar coração a queixa de Marta e de Maria: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!” Por
que demoraste, Senhor? Por que não vieste quando te chamamos? Por que Teus
tempos e modos são assim, tão incompreensíveis?
Ainda que ferida e triste, Marta faz uma profissão de
fé em Jesus: certamente não espera que Jesus desperte Lázaro; não ouse sequer
pedir, sequer pensar tal coisa: “Já cheira mal”...
Jesus consola-a com a esperança de Israel: “Teu irmão ressuscitará!” Esta era a
esperança de tantos judeus: no final dos tempos, no Último Dia, Dia do Senhor,
os mortos ressuscitariam todos, uns para a Vida e outros para a Morte... É
assim que Marta interpreta as palavras de Jesus.
É então que o Senhor Nosso faz uma das afirmações mais
impressionantes de toda Escritura: «Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo
aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre».
Compreendamos: a Ressurreição não é uma força, uma
energia; não é uma lei da natureza. A Ressurreição não é algo; é Alguém, é
Jesus! Ressuscitar não é voltar a esta vida psico-biológica que ora temos.
Ressuscitar é receber a Vida divina do Cristo ressuscitado e, saindo da morte,
entrar na plenitude da Vida de Deus! Ora, esta Ressurreição é o próprio Jesus:
é Ele Quem nos dá essa Vida, que é o Seu Espírito Vivificante!
Assim, Jesus é nossa esperança, Jesus é nosso futuro,
Jesus é nossa recompensa, Jesus é nossa Vida, Jesus é nossa vitória sobre a
morte! Unidos a Ele no Batismo e na Eucaristia, não seremos nunca presas da
morte: Nele, com Ele e como Ele ressuscitaremos! “Eu sou a Ressurreição! Quem crê em Mim, mesmo que morra viverá!”
Mas, não só: Ele também é a Vida; Vida divina, Vida do
próprio Eterno, Vida eterna. É Ele, cheio do Espírito Vivificador desde a Sua
ressurreição, é Ele Quem nos enche com esse Seu
Espírito, de modo que viveremos a Vida do Eterno, Vida divina, Vida
eterna: “Eu sou a Vida! Todo aquele que
vive e crê em Mim, não morrerá para sempre”, não morrerá por toda a
eternidade!
Atenção que esta Vida imperecível que Jesus promete
aqui é a Vida que recebemos no Batismo, alimentamos na Eucaristia e que
explodirá em nós no fim do nosso caminho neste mundo: na nossa alma, logo após
a morte e no nosso corpo no final dos tempos! O despertar de Lázaro será apenas
um sinal profético, um gesto de poder que Jesus realizará para mostrar que tem
nas mãos as chaves da Morte e do Abismo (cf. Ap 1,18).
Finalmente, o Senhor pergunta a Marta, a mim, a você:
“Crês nisto?” É uma questão para a qual devemos dar a máxima atenção! Daqui
decorre a verdade ou não da nossa esperança! Lembre-se, Irmão: “Se temos esperança em Cristo somente para
esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens!” (1Cor 15,19)
Nunca percamos de vista que é pela esperança da ressurreição que somos
cristãos! É a certeza da Vida eterna que faz com que suportemos provações,
procuremos viver na virtude, e aceitemos até mesmo perder esta vida nossa: “Se não fosse assim, nós mesmos, por que a
todo momento nos expomos ao perigo? Diariamente estou exposto à morte... De que
me teria adiantado lutar contra animais em Éfeso, se tivesse apenas interesses
humanos? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, pois a manhã
morreremos” (1Cor 15,30-34).
Atenção, que isto não é brincadeira! Vivemos num mundo
que prega a total permissividade... Aproveitar a vida, fazer tudo quanto se tem
em mente, dá total vazão aos instintos e desejos... Numa sociedade assim,
somente uma sólida e convicta fé no Cristo ressuscitado e ressuscitante pode
nos sustentar verdadeiramente! “Crês
nisto?”
A resposta de Marta deve ser a de todo cristão: “Sim, Senhor. Eu creio que Tu és o Messias, o
Filho de Deus que devia vir a este mundo”. Sim, Marta crê que Jesus é o
Messias prometido a Israel, o Enviado, cheio do Espírito, que faria os ossos
secos voltarem à vida!
- Senhor Jesus,
creio que és o Vivente,
creio que és o Ressuscitado,
creio que és pleno do Espírito vivificante,
creio que em Ti os mortos viverão,
creio que quem morre unido a Ti pelo Batismo, em Ti
viverá para sempre,
creio que quem se alimenta de Ti imolado e
ressuscitado na Eucaristia,
pão e vinho que, cheios do Teu Espírito Santo,
são Corpo Teu e Sangue Teu,
viverá eternamente, ainda que morra!
Senhor, sustenta a minha fé,
Aumenta a minha fé
E livra-me, desde agora,
Da morte do pecado e do túmulo da descrença!
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