32“Nunca se ouviu dizer
que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33 Se este homem não
fosse de Deus, nada poderia fazer”. 34Eles replicaram: “Tu és todo pecado desde
o nascimento, e vens nos dar lições?”, e o expulsaram.
Comentando:
Eis! Com Jesus tudo se faz novo: nunca se ouviu dizer
que uma Virgem concebesse e virginalmente desse à luz, nunca se ouviu dizer que
alguém desse a luz a um cego de nascença! A conclusão do que fora cego se
impõe: Este homem é de Deus; o que Ele faz vem de Deus! E mais: Ele não é
simplesmente um profeta qualquer; Ele é único: Seu modo de agir é único,
original! Ele é especial! Quem é Ele? É necessário sempre está atento aqui ao
verdadeiro caminho de fé, caminho de conhecimento de Cristo que este cego está
fazendo: primeiro, falou dum homem chamado Jesus; depois proclamou que Ele era
um profeta; agora afirma que Ele vem de Deus, mas vem de um modo único,
original: nunca, na Antiga Aliança ninguém restituíra a vista a um cego de
nascença! Somente Aquele que disse: “‘Faça-se a luz!’ E a luz se fez” poderia
realizar tal prodígio...
Os fariseus, usam então, de todo o seu preconceito
contra o homem: como pode alguém do povo, sem instrução, alguém que nascera no
pecado, pois que era cego desde o nascimento, dar lições aos puros? E aqui
aparece a contradição: negam o milagre feito por Jesus, mas admitem
indiretamente que o homem era cego desde o nascimento, “nascido no pecado”! Ora, se nasceu cego, no pecado, como agora vê?
Como não podem encontrar a resposta, adotam a solução mais fácil e mais
covarde: Expulsaram-no da Sinagoga! O Evangelho aqui retrata a situação do
final do século I, quando a Sinagoga decretou a excomunhão de todo judeu que
reconhecesse Jesus como o Messias. Nunca esqueçamos: o judaísmo é nossa raiz
santa – e devemos ter sempre profundo respeito por essa raiz -, mas o
cristianismo é outra coisa, totalmente diversa do judaísmo! Entre judaísmo e
cristianismo, há uma bendita continuidade e uma surpreendente descontinuidade!
O cristianismo é algo enraizado no tronco santo da Abraão, Isaac e Jacó, é uma
realidade que finca suas raízes na Lei de Moisés, mas, por outro lado, é algo
totalmente original: o critério do cristianismo, o ponto focal, a fonte é
Jesus, nosso Senhor! Para Ele toda a Antiga Aliança convergia e converge ainda;
Dele brota tudo na Nova Aliança! Nele, o Filho, o Amado, o Bendito, a Luz, a
Videira, a Porta, o Pastor, o Caminho, o Esposo, a Verdade, o Templo, o
Sacerdote, o Cordeiro, o Ofertante, o Ofertado, o Altar, a Vida – Ele é tudo! –
Nele tudo, absolutamente, da Antiga Aliança encontra sentido pleno, cumprimento
perfeito e surpreendente, tudo é assumido e, em certo sentido, superado numa
nova síntese, numa nova claridade!
A verdade simples e radical, apostólica, é que diante
de Jesus, o santo Messias, todo ser humano, seja judeu seja pagão, tem que
tomar posição, crendo ou não crendo Naquele único que o Pai consagrou e enviou
ao mundo. Só nele está a vida, somente nele a salvação!
- Que Te dizer, Senhor Jesus?
Como colocar-me diante de Ti, Santo de Deus, Filho do
Pai?
Tu és adorável,
Tu és louvável,
Tu és glorificável!
Que poderei dizer-Te, que já não saibas?
Que poderei dar-Te, que já não tenhas?
Dou-Te o que é Teu: meu coração,
Ofereço-Te o que Tu mesmo criaste: minha vida,
Coloco em Tuas mãos benditas o que em mim imprimiste:
A Tua Imagem bendita, ó bendita “Imagem do Deus
invisível,
Primogênito de toda criatura!”
Recupera em mim a semelhança que o pecado me fez
perder,
Para que, semelhante a Ti, minha Forma bendita,
Cuja imagem eu reproduzo,
Eu seja eu mesmo, não mais deformado, mas transformado
em Ti,
Ó Imagem do Pai, de cuja Face brilha toda Luz para
afugentar
As minhas trevas e as trevas do mundo inteiro!
O comentário de Dom Henrique é tão interessante e profundo que termina com uma oração. Que o divino Espírito Santo o ilumine e proteja senhor bispo.
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