quinta-feira, 11 de abril de 2019

Retiro Quaresmal - A liberdade para a qual Cristo nos libertou

Meditação XXXI - quinta-feira da V semana da Quaresma

Reze o Salmo 118/119,73-80
Releia Gl 6,1-6

1. Estamos nos aproximando do final da Epístola. Agora, São Paulo volta a atenção para a vida prática da comunidade cristã dos gálatas. Talvez tenha tido notícias de disputas na comunidade, de contendas, de irmãos querendo ser superiores a irmãos... Valeria a pena ler o Sermão de nosso Senhor sobre a Igreja, sobre como os cristãos devem viver. Leia Mt 18!

2. O Apóstolo sabe que os cristãos não são perfeitos. Já vimos isto várias vezes nestas meditações. Por isso mesmo, será sempre necessária a correção fraterna. No v. 1, são feitas duas recomendações: (1) os “espirituais” corrijam. Espiritual é o cristão que se deixa conduzir pelo Espírito de Cristo, que é Espírito de amor e liberdade em Cristo Jesus. O cristão não está debaixo dos preceitos da Lei de Moisés nem tampouco debaixo da lei do pecado. Impregnado do Espírito de Cristo, revestido de Cristo, ele tem os mesmos sentimentos de Cristo, o pensamento de Cristo e, assim, dócil ao Espírito, pode corrigir o irmão. (2) Por isto mesmo, essa correção será com o Espírito de Cristo: “com espírito de mansidão, cuidando de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado”. A correção fraterna deve evitar toda soberba, toda dureza, todo desejo de esnobar o irmão!
Leia 1Cor 10,12 e veja com atenção Rm 15,1-3. Aqui está o espírito da verdadeira correção fraterna!

3. O v. 2 traz uma exortação belíssima! Leia! Os fardos são os pesos da vida, as lutas de cada dia, as dificuldades que encontramos no nosso caminho no mundo... Os irmãos devem ter em comum a vida, devem viver numa tal comunhão, que não deixe o irmão sozinho, prostrado debaixo dos pesos da existência (cf. At 2,44-47; 4,34s)... Mais do que simples partilha de bens é o interesse global pelo outro, um sentimento de cuidado, uma atitude de sair de si para abrir-se para o irmão em Cristo! Quantas vezes, na Igreja, somos uma comunidade de isolados, de solitários, de indiferentes em relação aos irmãos! Aqui deveríamos fazer um sério exame de consciência!
Você é solidário? Faz-se próximo dos irmãos que têm necessidade de você
 É essencial, na experiência cristã, estar numa comunidade de fé, interagir com os irmãos na fé. Leia Mt 18,20.
É vivendo como irmãos que cumpriremos a lei de Cristo! Que lei é esta? O cristão também tem uma lei? Sim! Não a Lei de Moisés, mas a lei do Espírito que dá Vida (cf. Rm 8,2), a lei do Amor, pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5). O cristão não vive sem lei, o cristão não é a sua própria lei, não é escravo de si próprio e dos seus caprichos! O cristão é totalmente impregnado do Espírito de Amor de Cristo que lhe dá a graça de ter os sentimentos de Cristo, que “não veio para ser servido, mas para servir e dá a vida” (Mt 20,28). Esta lei de Cristo não se exprime em preceitos e observâncias, mas na criatividade generosa e dinâmica do amor. Leia 1Cor 9,21; 13.

4. Quem vive guiado pelo Espírito não fica se medindo pelos outros, julgando-se melhor, mas está sempre com o olhar e o coração fixados em Cristo e, assim, mede-se e avalia-se por Ele, que é o critério de todo amor! Sobre isto, leia Lc 18,9-14 e Rm 15,1-3. Nesta última passagem, o Apóstolo deixa claro que nossa medida, critério e exemplo é Cristo! Triste de quem vive se medindo pelos outros: ou será um deprimido (porque verá muitos que são muito melhores que ele), ou um invejoso (porque terá raiva e tristeza das qualidades dos demais, que ele próprio não tem), ou um soberbo (porque verá que tem certas qualidades que os demais não têm e, tolamente, vangloria-se com isto)! Pense seriamente nestas coisas! Releia os vv. 4 e 5.

5. O v. 6 é uma exortação ao respeito, à oração e ao sustento material devidos aos que lideram a comunidade: que a comunidade mantenha também materialmente aqueles que são seus pastores! Várias vezes o Novo Testamento deixa claro que os pregadores e ministros do Evangelho devem ter uma retribuição material, não como quem vende a Palavra de Deus, não como quem faz do Evangelho motivo de lucro, mas o justo sustento, para viver com dignidade e autonomia econômica! Sobre isto, leia Mt 10,9s; At 20,33-35; Rm 15,27; 2Cor 11,7-10; 12,13.16-18; Fl 4,10-20; 1Tm 5,17s.

6. Leia e medite ainda em Rm 15,1-7; 16,17-20. Reze os Salmos 111/112 e 112/113.



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