terça-feira, 26 de maio de 2020

Bendito Espírito Santo

Estamos na semana que precede o Domingo de Pentecostes, soleníssimo encerramento do Tempo Pascal.

Que Espírito é este, que encheu a inteira Igreja de Cristo? Que Força, que Energia, que Vida divina é esta que, qual rio de Água viva, jamais parada, sempre antiga, sempre nova, sempre vinda, sempre vindo, sempre vindoura novamente, fresca, vital vivificante, inunda a Igreja inteira, Corpo do Ressuscitado, fazendo-a sempre nova, sempre recém-nascida, sempre unida e dependente do Seu Senhor, “Cordeiro de pé como que imolado” (Ap 5,6)?

Ele é o Espírito do Ressuscitado, soprado pelo Cristo Senhor, como fruto bendito da Sua Ressurreição: “Exaltado pela Direita de Deus, Ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou!” (At 2,33).
Nele, tudo fora criado desde o princípio (cf. Gn 1,2; Sb 1,7; Sl 104/103,30). Somente no Santo Espírito podemos compreender que toda a criação e toda a história são penetradas pela Vida de Deus que nos vem pelo Cristo; somente no Santo Espírito podemos perceber a unidade e bondade radicais da criação que nos cerca, mesmo com tantas trevas e contradições (cf. Eclo 42,24s/25s). É o Santo Espírito, doce Consolador, que nos livra do desespero e da falta de sentido! Nele tudo se mantém, tudo tem consistência, tudo é precioso, superado e extinguido o pecado, tudo é conduzido à uma harmonia superior, que desaguará no Reino de Deus Uno e Trino. É por Sua ação constante que tudo existe e persiste no ser. Sem Ele, tudo voltaria ao nada e nada teria consistência real. Nele, tudo tem valor, até a mais simples das criaturas, por Ele continuamente penetrada, pois “Nele – Energia do Pai pelo Filho – vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,28).

Sem Ele, nada, absolutamente, podemos nós. Se Jesus, nosso Senhor, disse “Sem Mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, é porque sem o Seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus, não passando de carne que “para nada serve” (Jo 6,63). O Cristo Jesus é a “Videira verdadeira” (cf. Jo 15,1), consumador e plenificador de Israel a antiga videira (cf. Is 5,7); nós, os ramos a Ele unidos como nova videira, novo Povo, Igreja Sua; o Espírito é a Seiva bendita e vital, que, vinda do Tronco, nos faz frutificar frutos de Vida eterna, salvífica e divina...

Ele é a nova Lei, não mais escrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita pelo Dedo de Deus (cf. Mt 12,28; Lc 11,20) no nosso coração (cf. Ez 11,19; Jr 31,31-34). A lei de Moisés, em tábuas de pedra, fora dada no Sinai em meio a relâmpagos, trovões, fogo, vento e terremotos (cf. Ex 19); agora, a Nova Lei, o Santo Espírito nos vem em línguas de fogo e vento barulhento e impetuoso (cf. At 2,1-4; 4,31), para marcar o início da Nova Aliança, do Amor derramado no íntimo de nós!

Ele tudo perdoa e renova, pois é Espírito dado por Cristo para a remissão dos pecados (cf. Jo 20 22s; At 2,38). É, pois, no Espírito que a Santa Igreja anuncia a paz do Evangelho do perdão de Deus para a humanidade em Cristo Jesus!
Ele nos une no Corpo de Cristo, que é a Igreja, una na diversidade de tantos dons e carismas; una nas diferenças de seus membros... Ele faz a Igreja falar todas as línguas, fá-la abrir-se ao mundo, procurar o mundo com “santa inquietude”, não para render-se ao mundo num falso diálogo pecaminoso e maligno, ou imitá-lo, presa em ideologias e pensamentos segundo a estreita razão humana, ou perder-se nele, dissolvendo a perene novidade do Cristo, mas para “anunciar as maravilhas de Deus” em Cristo Jesus, chamando o mundo à conversão e à Vida nova em Cristo!

Enfim, Ele torna Jesus, o nosso Cristo bendito, sempre presente no nosso coração e no coração da Igreja e no testemunha incessantemente, sempre e em tudo que Jesus é o Senhor, pois “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo!”– para a glória de Deus Pai.


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