Buscar a Deus é a razão mesma da nossa vida, o sentido fundamental da nossa existência.
Que é o homem? O ser que tem sede de Deus, o bicho esquisito e único, cujo coração não sossega com menos que o Infinito; o animalzinho tão limitado que tende, instintivamente para o Eterno, que não se resigna a morrer, pois sua sede de viver é insuprimível!
Que é o homem? O estranho e fascinante ser que não se satisfaz com menos que o Amor e a Verdade.
Que é o homem? Aquele bichinho minúsculo, ínfima partícula do universo, que não se satisfaz com menos que o Tudo! Ora, tudo isto, toda esta complexa e admirável realidade aponta para uma busca fundamental, estrutural de Deus em nós. Não adianta tentar fugir dela!
A Deus o homem busca quando busca o prazer, o poder, o dinheiro, o sucesso, o amor, o reconhecimento, a autoafirmação, a vida... Busca consciente ou inconsciente, mas sempre busca de Deus. Aquele que crê busca conscientemente;
aquele que é cristão sabe precisamente a Quem busca e tem consciência que antes de buscar, foi buscado por Aquele Amor que é a fonte de todo amor e aquela Verdade que é raiz de toda verdade.
No entanto, é necessário sempre que nos perguntemos pela qualidade da nossa busca de Deus, de nosso caminho com Ele, perguntando-nos simultaneamente por nosso desprendimento em relação às coisas que nos cercam, às realidades às quais nos apegamos. Desprender-se para ser livre e maduro em relação a Deus! Quem não se desprende de si e das realidades que o cercam não caminha e não é disponível!
O Autor da Carta aos Hebreus nos recomenda largar o fardo, os fardos de nossos apegos – que se tornam fardos de pecado – e correr para o Cristo, nosso “lugar” de encontro com Deus e nossa meta: “Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o Autor e realizador da fé, Jesus... (Hb 12,1-2a)”. É a atitude daquele cego de Jericó, que, “deixando sua capa, levantou-se e foi até Jesus” (cf. Mc 10,50).
Temos nós nossas capas, cheias de bens – esmolas, migalhas da vida...
Sabemos deixá-las para ir ao encontro Daquele que nos chamou e nos espera?
Que coisas me prendem? Que ideias, sentimentos, atitudes, pessoas, me impedem de ser generoso e livre? Quais os meus fardos de pecado?
É preciso pensar nestas coisas com sinceridade, diante de Deus! É preciso sair de nós, é preciso ir largando os fardos, pesados e leves, se quisermos, de verdade o Infinito, o Eterno, o Amor, a Verdade, o Tudo... Olhe, olhe, que para isto não há mágica, não há atalho, não há desvio, não há desconto! Este é o caminho: andai por ele!
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