segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O nascimento do Verbo, por São Máximo de Turim (séc. V)


Caríssimos irmãos, há dois nascimentos em Cristo, e tanto um como o outro são a expressão de um poder divino que nos ultrapassa absolutamente.

Por um lado, Deus gera o Seu Filho a partir de Si mesmo; por outro, Ele é concebido por uma Virgem por intervenção de Deus.

Por um lado, Ele nasce para criar a vida; por outro, para eliminar a morte.

Ali, nasce de Seu Pai; aqui, é trazido ao mundo pelos homens.

Por ter sido gerado pelo Pai, está na origem do homem; por ter nascido humanamente, liberta o homem.

Uma e outra formas de nascimento são propriamente inexprimíveis e ao mesmo tempo inseparáveis.
Quando ensinamos que há dois nascimentos em Cristo, não queremos com isto dizer que o Filho de Deus nasça duas vezes; mas afirmamos a dualidade de natureza num só e mesmo Filho de Deus.

Por um lado, nasceu Aquele que já existia; por outro, foi produzido Aquele que ainda não existia.

O bem-aventurado evangelista João afirma isto mesmo com as seguintes palavras: "No princípio era o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus” e ainda: “E o Verbo Se fez carne”.
Assim, pois, Deus, que estava junto de Deus, saiu Dele, e a carne de Deus, que não estava Nele, saiu de uma mulher.

O Verbo fez-Se carne, não de maneira que Deus Se diluísse no homem, mas para que o homem fosse gloriosamente elevado em Deus.

É por isso que Deus não nasce duas vezes; mas, por estes dois gêneros de nascimento – a saber, o de Deus e o do homem –, o Filho único do Pai quis ser, a um tempo, Deus e homem na mesma Pessoa: “E quem poderá contar o Seu nascimento?” (Is 53, 8 Vulg)

“A Vida Se manifestou!”

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