sábado, 3 de novembro de 2018

Os santos do Cordeiro

No Brasil, a Solenidade de Todos os Santos é transferida para o Domingo após o 1 de novembro.

Todos os Santos, isto é, todos os fieis de Cristo que já se encontram na Glória do Senhor.
A leitura desta Solenidade, tirada do capítulo VII do Apocalipse é impressionante: Foi rompido o sexto selo, o penúltimo!

Toda a criação sofre como que uma convulsão: terremoto intenso, escurecimento do sol, a lua avermelhada, as estrelas desabando do firmamento, e este, como um pergaminho, recolhendo-se, as ilhas e as montanhas são como que arrancadas da sua eterna estabilidade. Sim, nada pode fugir ao comando do Senhor, o Cordeiro imolado e vitorioso! Ele tem nas mãos todo o universo!

Os reis, os grandes, os potentes com as armas, todos os filhos de Adão, grandes ou pequenos se apavoram diante da tremenda e santa grandeza de Deus! Decididamente, o Senhor não é um coleguinha nosso, não é um deusinho domesticável, politicamente correto, que domamos com palavras macias, pensamentos mundanos e medidas humanas. Pela terrível majestade de Deus e do Seu Cristo, cheio de esplendor do Espírito, naturalmente, a humanidade se apavora: “Escondei-nos da Face Daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro! Quem poderá ficar de pé?” (Ap 7,16s).

Ai, ai! Que ninguém, dentre os filhos dos homens, que ninguém, dentre os filhos da Igreja, ouse medir o Senhor na sua própria medida! Não ! Ele é o Santo, Ele é o Tremendo, Ele é o Juiz de todas as coisas! Ele não pode ser domesticado! “Chegou o Grande Dia de Sua ira!”

É este o quadro da leitura da Missa de hoje: o horizonte do Dia Final, do Juízo tremendo do Senhor Deus e do Seu Cristo; juízo que se dá no Fogo que é o Espírito (cf. Jo 16,8-11).

Chegou a hora do Julgamento. Interessante, que ainda é o início do Livro do Apocalipse e, no entanto, os acontecimentos já aparecem tão dramáticos, tão definitivos, finais mesmo! É que o Juízo de Deus, que vai se dar plenamente na última Manifestação do Senhor, começa agora, no tempo, no nosso tempo, nos momentos e acontecimentos da nossa vida: “É agora o julgamento deste mundo (Jo 12,31); este é o julgamento: a Luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à Luz, porque suas obras eram más!” (Jo 3,19)

A cena é solene, tremenda, de suspense! Quatro Anjos colocados nos quatro cantos da terra: o Senhor tem o controle de tudo: da natureza e da história! O vento não sopra: a criação toda está de respiração suspensa! Vem, então mais um Anjo, com o selo de Deus, aquele selo com a forma do T (taw) a última letra do alfabeto hebraico (cf. Ez 9,4), a letra final, que recorda a Cruz do Senhor! O sinal da santa Cruz, o distintivo dos servos do Cordeiro imolado na Cruz, o sinal que evoca o Nome do Senhor que na Cruz triunfou (cf. Ap 14,1; 22,4)! Ele marcará aqueles que, neste mundo, ainda lutam, ainda combatem fielmente, como servos de Cristo, como membros da Sua Igreja.

O mundo pode entrar em convulsão, a história humana pode parecer sem rumo, mas o Senhor tem tudo em Suas mãos: “Não danifiqueis a terra, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus” (Ap 7,3).Tudo caminha segundo o desígnio do Senhor.
E, então, de todas as tribos de Israel, o Povo de Deus, povo das doze tribos, foram marcados 144.000, isto é 12x12x1000. Eis o significado: doze quer dizer a totalidade; ao quadrado, quer dizer perfeição; multiplicado por mil exprime a superabundância, a plenitude. Em outras palavras: todos aqueles que forem fieis, todos quantos acolherem o convite à salvação, serão salvos.
Isto não quer dizer que todos se salvarão, mas significa que a salvação é oferecida a todos e que a Igreja, como um todo, verá os seus filhos salvos. Mas, quem pertence à Igreja? Aquele que vive, realmente, como membro do Corpo de Cristo, unido ao Senhor de verdade.

Por isso, lutemos, combatamos, vigiemos, convertamo-nos, para que estejamos no número dessa multidão que constitui a verdadeira Igreja do Senhor! Não aconteça que sejamos filhos da Igreja externamente, mas, pelo pecado, vivamos dela afastados e, então, já não estejamos no número dos filhos da sua plenitude!

Depois, a Igreja do Céu, a Igreja que já chegou ao seu bendito Destino, onde todos estaremos um dia, com a graça de Deus: uma multidão que não se podia contar! A Igreja do Céu é a plenitude consumada da Igreja da terra! Eis a Igreja, com as vestes brancas da Glória de Cristo, embranquecida no sangue do Cordeiro, que elimina os nossos pecados, tendo nas mãos a palma da vitória após o combate, atravessando a grande tribulação desta vida! Eis o santos do Céu, que hoje comemoramos: aqueles que já chegaram ao destino eterno. Habitarão com o Senhor para sempre. Mais ainda: Ele mesmo será a sua tenda! Não mais terão fome ou sede, o Cordeiro os apascentará para a Vida e eles terão enxugadas todas as suas lágrimas!

Eis o que nos espera, eis a promessa do Eterno, eis o nosso Destino!
Que intercedam por nós, que militamos ainda na terra, entre os 144.000, aqueles, multidão que ninguém pode contar, que já servem a Deus e seguem o Cordeiro no Templo do Céu! Amém.



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