Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à Sua direita e outro à sua esquerda. Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros Ele salvou. Salve-Se a Si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!” Os soldados também caçoavam Dele; aproximavam-se, ofereciam-Lhe vinagre, e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” Acima Dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus” (Lc 23,33-38).
Jesus entre os malfeitores, Jesus, homem entre os homens: Aquele que não tem pecado Deus O tratou como pecado, como vítima pelo pecado, por nossa causa, para que fôssemos tornados justiça de Deus! Quem é Este, entre dois ladrões pecadores? É o Inocente que tomou a forma de Servo, a forma humana, é o Puro que entrou na fila dos pecadores, às margens do Jordão, para ser batizado por João no batismo de pecadores... Este é Aquele que tomou sobre Si as nossas dores e carregou-Se com as nossas iniquidades, Aquele, cujo castigo nos dá a paz e cujas feridas nos curaram!
Agora, Seu trono é a Cruz (“O Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi, Seu Pai...”), agora, Ele está às portas da morte (“... e o seu Reino não terá fim”), Sua coroa é de espinhos, Seu manto é uma púrpura ridícula, Seu cetro é uma cana... – Jesus, quanto somos capazes de Te desfigurar, ainda hoje! Quanto somos capazes de Te deformar e Te ridicularizar! Todos os anos, pelo Natal e a Páscoa, os meios de comunicação do Ocidente apresentam matérias para desacreditar o cristianismo, para jogar no ridículo e na ignomínia os que são Teus! Todos os anos! A fraqueza de vários dos Teus discípulos, as manchas e pecados dos filhos da Igreja, são divulgadas, metodicamente, para gritar que morreste, para desmoralizar o Teu Evangelho, para esvaziar a força da Tu graça. Não se fala do bem que é feito, de tantas vidas a Ti consagradas, dos pés de tantos pobres do mundo, que os Teus discípulos, em Teu nome, lavam... Não! É preciso desmoralizar, desacreditar, ridicularizar! Que presente de Semana Santa, que surpresa de Páscoa! Dá-nos força para estar Contigo, para nunca Te deixar! Obrigado, Jesus amado, pela graça de participar da Tua Cruz e experimentar o que Tu sofreste: mentira, irrisão, armadilhas maldosas, difamação, calúnia, ridicularização. Perdoa- Senhor, os pecados dos filhos da Tua amada Igreja! Perdoa os ministros da tua Igreja que vivem indignamente! Por nossa causa, tantas vezes, o Teu Nome santíssimo é blasfemado! Queremos estar Contigo, queremos escutar aquela palavra tão consoladora: “Fostes vós que permanecestes Comigo em todas as Minhas tribulações!”
E Jesus, mesmo num drama tão medonho, numa situação tão triste, vítima da maldade humana, vítima das piores escuridões de nosso coração, ainda assim, conserva Seu Coração puro, Seu Coração todo amor ao Pai e aos homens: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” – Coração do meu Salvador, fornalha ardente de amor divino, fonte inexaurível de ternura, de misericórdia, de piedade! Dá-nos, Senhor a força de amar sempre, a força de nunca opor mal ao mal, ódio ao ódio! Recorda-nos sempre que a única força que pode vencer o ódio, o pecado, a mentira e a morte é o amor, este amor que nos revelaste e que agora Te faz rezar pelos que Te odeiam e, hoje como ontem, Te crucificam!
“O povo permanecia lá, olhando”... O povo olha, indiferente, somente assistindo, como a um teatro, enquanto Tu és esmagado! E, no entanto, esse povo são os judeus amados por Ti, o Povo da Primeira Aliança, o Povo escolhido e tão insensível, de cerviz tão dura... E por este Povo Tu dás a vida... Esse Povo também somos nós, é toda humanidade, tantas vezes tão indiferente ao Teu amor, aos Teus apelos, à Tua misericórdia! Perdão, Senhor! Perdão! Tua Cruz revela todo amor que Tu és e toda miséria que nós somos! Perdão!
“A outros Ele salvou. Salve-Se a Si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!” Os soldados também caçoavam Dele; aproximavam-se, ofereciam-Lhe vinagre, e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” – Eis a voz de Satanás: “Salva-Te a Ti mesmo! Desce da Cruz! Prova que és o Cristo!” É a lógica do mundo: impor-se escapando da cruz, convencer pela mídia, pelo show, pela força da propaganda, pela mentira mil vezes repetida com ares de verdade e convicção... Mas, este não é o Teu caminho, Senhor santíssimo! Tu mesmo disseste: “Quem quiser salvar a própria vida vai perdê-la; quem perdê-la por Mim, vai encontrá-la!” Que caminho tão difícil, Jesus, esse que nos propões! E, no entanto, é o único caminho! Tu não Te salvarás a Ti mesmo, Tu irás até o fim na Tua entrega de amor! Ajuda-nos a ir contigo e com todos aqueles que por Teu Nome são pisados, como agora aqueles que procuram ser fieis à fé católica e apostólica! Senhor, és amor! Senhor, és perdão! Senhor, és entrega da própria vida! Ajuda-nos a ficar Contigo e a Te seguir! Amém.
Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos, porque pela Vossa santa Cruz remistes o mundo!
Como no tempo de Cristo, há muitas crenças acerca dele. Sua crucificação se deu por causa daquilo que acreditavam ser ele. Hoje o Cristo verdadeiro não é seguido por muita gente. Como no tempo dele, havia o Cristo político - o que estaria no lugar do rei. Havia o revolucionário, que defenderia bandeiras disso daquilo. Muitos hoje acreditam num Cristo feminista, revolucionário, etc. Não. O verdadeiro Cristo não é nada disto. O verdadeiro é aquele que se apresenta nas páginas das escrituras, simples e sem necessitarmos de contorcionismos teológicos.
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