terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

V Domingo Comum - 1Cor 15 (parte I)

No Domingo último, a Liturgia nos fez escutar o início do capítulo 15 da Primeira Epístola aos Coríntios. Este capítulo trata da ressurreição dos mortos, nossa esperança em Cristo, motivo pelo qual somos cristãos!

Proponho meditá-lo com você, caro Amigo, para que fique mais claro qual a nossa esperança e nossa certeza em Cristo Jesus, nosso Senhor!

Vale a pena, primeiramente, lê-lo todo… Faça isto, assim você poderá compreender do que São Paulo está falando.

Logo no início, o Apóstolo, em dois versículos, afirmar coisas muito importantes. Vamos lá:

“Lembro-vos, irmãos!” Esta expressão pode parecer fortuita, simplesmente uma introdução de estilo, mas não é. Lembrar-se, fazer contínua memória dos atos salvíficos de Deus, é um dever daquele que crê. Já no Antigo Testamento, esquecer de Deus, esquecer o que Deus fez, esquecer o que os pais nos contaram, é o princípio de todo pecado!
Também no cristianismo, recordar é central. Não é por acaso que a Eucaristia é memorial: “Fazei isto em memorial de Mim” – disse o Senhor! Na Tradição cristã, fazer memorial é anunciar, é tornar realmente presentes os atos salvadores de Deus nosso Senhor em Jesus, o Messias Salvador!

“Lembro-vos o Evangelho que vos anunciei”. A fé nasce da pregação, do anúncio de Jesus nosso Senhor.
Observe que São Paulo não fala em “evangelhos” no plural. O Evangelho é um só: é o anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado! Os quatro textos que nos chegaram nas Escrituras e que dão testemunho dos atos e palavras do Senhor, da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, são chamados de “evangelhos” porque nos transmitem o Evangelho da graça! A Igreja e cada cristão vivem do Evangelho anunciado e nele colocam toda a esperança! 
E veja bem: esse Evangelho bendito não é fruto de especulações da inteligência ou da ciência humana, não se presta a se engaiolado pela nossa lógica ou nossas modas ideológicas! O Evangelho é recebido no anúncio vivo de Jesus Cristo nosso Senhor, feito pela Igreja no decorrer dos séculos, anúncio feito na força do Espírito Santo!

“O Evangelho que vos anunciei, que recebeste, no qual permaneceis firmes e pelo qual sois salvos…”
O Evangelho, anúncio e testemunho de Jesus como Cristo Salvador, realizado na força do Espírito Santo, deve ser recebido com fé. Crendo no que foi anunciado, tornamo-nos cristãos! Mas, não basta receber: é necessária permanecer firme, sendo fiel ao que se recebeu e perseverando na fé, aderindo ao Senhor, confiando Nele e guardando fielmente a doutrina que nasce do anúncio. Permanecer firme, sem fugir, sem renegar o Senhor e sem deturpar a doutrina segundo as modas e gostos do mundo. Somente assim, o Evangelho será “Evangelho de salvação”! Deturpar a doutrina é macular o Evangelho, até poder chegar mesmo a invalidar o anúncio da salvação! “Sois salvos se o guardais como vo-lo anunciei!” Cuidado com os que dizem que importa a fé somente, sem atenção à retidão doutrinal! É necessário crer, recebendo o Evangelho e guardá-lo fielmente na vida e na doutrina, “doutro modo teríeis acreditado em vão!” 

O Evangelho genuíno, instrumento e porta de salvação, é unicamente aquele crido, vivido, celebrado e anunciado pela Igreja, sem interrupção, século após século! Ele não pode ser adulterado, falsificado, aguado aos gostos do mundo!
O Evangelho é aquilo que a Igreja crê como doutrina, vive na sua existência concreta, na  vivência de moral e piedade, celebra nos seus sacramentos e transmite como anúncio na sua pregação e catequese. Este Evangelho da graça será o critério sobre o qual seremos julgados fieis ou infiéis! Uma boa expressão do Evangelho encontra-se no Catecismo da Igreja.

Então, num tempo de tantos relativismos e incertezas, permaneçamos ancorados no que a Igreja sempre creu, procurou viver e proclamar! Tenhamos esta certeza: pela nossa fidelidade ao Evangelho a nós confiados, seremos salvos!




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