terça-feira, 7 de agosto de 2018

Cuidado!

“Incurável é a tua ferida, e a tua chaga não tem remédio.
Não há ninguém para defender tua causa.
Para uma úlcera há remédios, mas para ti não existe cura” (Jr 30,12s).

Palavras tremendas do Senhor a Israel...
Como é possível que o Senhor, invencível no Seu amor, Se dê por vencido pelo pecado do Seu Povo?
Seria o pecado mais forte que a graça?
Seria o abismo da miséria humana mais profundo que o poder transformador do amor de Deus?
Seriam as trevas do nosso coração mais densas e consistentes que a luz do Senhor?

Não, certamente!
Ao fim deste oráculo, o Santo afirma:
“Eis que mudarei a sorte das tendas de Jacó,
terei compaixão de suas moradas...
Deles sairá a ação de graças e gritos de alegria.
Eu os glorificarei: não mais serão humilhados” (Jr 30,18s).

Então, por que o Senhor fala de uma ferida incurável, sem cura?
Porque o nosso pecado, de ato em ato, de infidelidade em infidelidade, de frieza em frieza, de descaso em descaso, pode nos levar a um total fechamento ao Senhor, a uma total insensibilidade à Sua presença, à Sua palavra, aos Seus apelos. E aí, então, sobrevém o fechamento total, aquele pecado que conduz à morte da alma (cf. 1 Jo 5,17).

É preciso cuidar do coração, do modo como escutamos realmente, como acolhemos os apelos do Senhor em nossa vida. O próprio Senhor nosso Jesus Cristo advertiu-nos gravemente: “Cuidado para que os vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, pela embriaguez, pelas preocupações da vida, e não se abata repentinamente sobre vós aquele Dia, como um laço” (Lc 21,34s).
É tão fácil, imperceptivelmente, ir dizendo “não” ao Senhor, ir alimentando pensamentos, raciocínios, sentimentos, atitudes, atos, situações que não são segundo o Coração divino...

Cuidado! Cuidemos!

Não aconteça que, aos poucos, cheguemos àquela situação de ferida incurável, de distanciamento tão grande que a volta nos seja impossível, que o amor já não mais possa ser reanimando e o coração reaquecido!
E isto não pode impotência de Deus, mas pela dureza nossa, pelo nosso fechamento!

Não brinquemos não!
Há um misterioso e indecifrável encontro, uma impressionante, real e incompreensível  sinergia (convergência de energias) entre a graça triunfante do Senhor Deus e a tremenda realidade da nossa liberdade, que pode elevar-nos ao céu ou prostrar-nos no inferno!

Pense nisto, Irmão caríssimo!


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