quinta-feira, 7 de junho de 2018

Ao Deus que não existe!


Só para recordar, o poema de Miguel de Unamuno, o ateu inquieto: "Ó Deus que não existes! Que pena que Tu não existas, pois se existisses, eu também existiria de verdade!" 
Eis aqui um ateu que tem muito a nos dizer e a nos fazer pensar! Eis um pérola sua: “Aqueles que acreditam que creem em Deus, mas sem paixão em seu coração, sem angústia mental, sem incertezas, sem dúvidas, e às vezes até mesmo sem desespero, creem apenas na ideia de Deus, mas não no próprio Deus”.

E, no entanto, sem Deus - ao menos sem a sincera procura por Deus! -, a existência é sem sentido! Ponto e basta: não há onde ancorá-la, não há um sentido mais profundo que ela possa ter!

Com a palavra, do fundo do coração, Miguel de Unamuno:

Ouve meus rogos Tu, Deus que não existes,
e em Teu nada recolhe estes meus lamentos!

Tu, que aos pobres homens nunca deixas
sem consolo de engano. Não resistes
ao nosso rogo, e o nosso anelo viste.

Quando mais Te afastas de minha mente,
mais recordo os doces conselhos
com que minh’alma acalentou certa vez noites tão tristes.

Quão grande és, meu Deus! Tu és tão grande,
que não és mais senão Ideia; é muito estreita
a realidade por muito que se expande
para abarcar-Te.

Sofro eu por Tua causa,
Deus não existente, pois se Tu fosses de fato realidade,
também eu existiria de verdade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro Irmão, serão aceitos somente comentários que não sejam ofensivos ou desrespeitosos.
Nem sempre terei como responder ao que me perguntam, pois meu tempo é limitado e somente eu cuido deste Blog.
Seu comentário pode demorar um pouco a ser publicado... É questão de tempo...
Obrigado pela compreensão! Paz no Senhor!