terça-feira, 19 de novembro de 2013

O essencial do cristianismo - 2

Juliano:
Mas, que Deus é esse?

Teófilo:
Aquele dos judeus. Os cristãos cremos que o Deus dos judeus é o Deus verdadeiro. Escolheu aquele povo, educou-lhe pelos seus profetas, guiou-os pelo seus pastores (juízes, reis, profetas, sacerdotes, escribas...).
Mas, tudo isto era preparação, figura, uma forma de profecia feita história viva.

Juliano:
E para que isto tudo? Parece um jogo de esconde-esconde, uma brincadeira... Um Deus sério perderia tempo assim?

Teófilo:
Você me perguntou pelo essencial. E vou direto a ele! Por agora basta dizer que o que Deus queria com tudo isto era levar o homem ao seu destino.

Juliano:
E qual é esse destino?

Teófilo:
Deus criou tudo e nos criou para uma Plenitude, para participar de modo pleno e total da Sua própria Vida.
Então, toda a preparação do Antigo Povo e todo o cristianismo têm este sentido: Deus quer dar ao mundo a Plenitude. Ele criou tudo bom, tudo perfeito, mas não tudo pleno! Aliás, nada na criação é pleno! Tudo se move, tudo está a caminho: não só as águas que correm para o mar, não só o vento que sopra inquieto, não só o coração humano que não tem sossego! Tudo, tudo absolutamente caminha, se move, dirige-se a um Ponto Final! E esse Ponto não é o nada, mas uma Plenitude, a participação na Vida mesma de Deus. Para isso Ele criou tudo, por isso a saudade que tudo tem de “uma Coisa”, de “um Algo”. Tudo neste mundo parece tão incompleto, tão provisório, tão a caminho de “Algo mais”... Até o vulcão zangado e o tsunami furioso têm saudade...
E aqui está um dado essencial para compreender o cristianismo: a Plenitude não está na criatura, mas no Criador! A criatura não se realiza em si própria, mas somente recebendo a Vida divina, a Vida plena do Eterno, a Vida eterna do Deus vivificante! Nós, cristãos, chamamos essa comunhão com o Criador, essa Plenitude de “Salvação”!

Ser salvo é ser pleno da Plenitude de Deus; ser salvo é ser criatura plena, é entrar nesta explosão de Vida, de Alegria, de Gozo, de Saciedade, de Felicidade que somente Deus tem e somente Deus pode dar! É por isso que os Livros Santos falam em banquete, bodas, vinhos finos e a carnes gordas, alegria... Tudo isto são figuras para dizer o indizível, para dizer algo dessa Plenitude!


3 comentários:

  1. É como dizia Santo Agostinho: "nós nascemos para Deus e só seremos realmente felizes quando estivermos com ele e vivermos com ele para sempre". Deus é tudo para todos. Por isso vale a pena vivermos para ele.

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  2. É...
    "a Plenitude não está na criatura, mas no Criador!"
    Tanto é assim, que é só depositarmos essa gana de plenitude na criatura/criação, e logo/rapidamente veremos essa fome insaciada... e logo nos veremos novamente á voltas "do coração humano que não tem sossego!"

    "Ser salvo é ser pleno da Plenitude de Deus; ser salvo é ser criatura plena, é entrar nesta explosão de Vida, de Alegria, de Gozo, de Saciedade, de Felicidade que somente Deus tem e somente Deus pode dar!"
    Como contempla Deus, assim Deus a contempla e “faz brilhar sobre essa alma a luz da sua face”.

    Lembrei-me de minha avó dizendo: "- Uma alma pura é junto a Deus como uma criança junto a sua mãe: acaricia-a, beija-a, e sua mãe lhe retribui as carícias e os beijos".
    É assim essa União e Plenitude Divina né, meu Caro Dom Henrique...
    A Paz e Plenitude esteja contigo.
    =)

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  3. É verdade que somente Deus nos dá a verdadeira felicidade, a verdadeira paz, a verdadeira alegria interior, somente Deus nos dá a grança santificante, por isso peçamos a ele que nos santifique.

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