Comecemos nossa meditação com a 1Cor 10,1-6.10-12. Por favor, leia com atenção e espírito de fé este trecho...
Recorde que é a Palavra do Senhor Deus; escute-a com temor é tremor!
Aí, o Apóstolo nos exorta a tomar a sério a experiência de nossos pais, os israelitas.
Recorde, caro Irmão, que nós somos o novo Israel, atravessando agora o deserto da Quaresma e da vida neste mundo rumo à Páscoa de 2015 e do Céu...
Eles, nossos antepassados do Povo de Deus da Antiga Aliança, estiveram debaixo da nuvem e debaixo do mar – foram “batizados”, mergulhados, na nuvem e no mar; eles beberam da Rocha espiritual que os acompanhava deserto afora...
E, no entanto, mesmo experimentando as maravilhas de Deus, pecaram, foram infieis, romperam a Aliança e toda aquela geração morreu no deserto, sem entrar na Terra Prometida...
Também nós, fomos batizados, não em Moisés, mas no Espírito do Cristo; estamos debaixo da Nuvem da Glória de Deus, que é o próprio Espírito do Ressuscitado, alimentamo-nos do verdadeiro maná, que é a Eucaristia e bebemos não mais da água de uma rocha prefigurativa, mas bebemos do precioso Sangue do Cristo, cujo coração foi rasgado na cruz...
- Obrigado, Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaac e Jacó, Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo!
Obrigado por nos teres libertado em Cristo das garras do Egito do pecado, do tremendo Faraó, o Sedutor, Pai da mentira, Satanás, Príncipe deste mundo!
Obrigado por nos teres feito atravessar as águas do santo Batismo, verdadeiro Mar dos Juncos, que se abriram para nós não mais com o vento siroco, mas com o sopro do Teu Espírito!
Obrigado porque agora somos o Teu Povo santo, povo sacerdotal, raça escolhida, nação santa!
"Também sou Teu Povo, Senhor, e estou nesta estrada, cada dia mais perto da Terra esperada!"
Mas, depois de tudo isto, será que somos melhores que os israelitas?
Também nós não somos infieis, tanta vez?
Também nós, tanta vez, frios; tanta vez, indiferentes?
Somos mesmo mais fieis, mais apegados ao Senhor, mais gratos e sinceros que nossos pais, os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó segundo a carne?
Eles viram o mar se abrindo;
Nós vimos o Filho na cruz!
Eles viram os egípcios afogsdos;
Nós vimos Satanás subjugado!
Eles viram a Glória do Senhor;
Nós fomos batizados no Espírito da Glória de Cristo!
Eles caminharam na esperança da Terra Prometida;
Nós caminhamos na certeza do Céu!
Eles viram grandes coisas;
Nós experiementamos e testemunhamos coisas estupendas!
“Esses fatos aconteceram para nos servirem de exemplos, a fim de que não desejemos coisas más, como fizeram aqueles, no deserto. Não murmureis, como alguns deles murmuraram e, por isso, foram mortos pelo anjo exterminador. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair!”
Um dos grandes pecados dos cristãos de nossos tempos, caro Irmão meu, é um certo cinismo, que nos faz fugir da ira de Deus – “Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?”
Declaramo-nos cristãos, mas com jeito e desfaçatez, vamos fazendo a vida do nosso modo, criando uma moral do nosso jeito, sendo conivente com nossos vícios e manhas... Assim sendo, criamos um cristianismo tão distante de Cristo, tão alheio às exigências do Evangelho, tão desfigurado e sem gosto...
A esta situação de cristãos frios e santos de faz-de-conta, santinhos politicamente corretos, o Senhor, no Evangelho responde com um sonoro “se não vos converterdes, morrereis todos!” Palavra inquietante! Ameaça que deveria calar fundo na nossa consciência!
- Fala-nos, Senhor! Inquieta-nos, ó Cristo! Converte o nosso coração!
Quanto a você, Irmão, façamos hoje um sério exame de consciência a respeito de nossas infidelidades... Ofereçamos ao Senhor um sério propósito de conversão, de emenda de vida.
Reze o Salmo 77/78
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