sábado, 4 de abril de 2020

Homilia para o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - ano a

Para a Procissão de Ramos:

Mt 21,1-11

“Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu Rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta!” – Assim, caríssimos irmãos, o nosso Jesus entra hoje em Jerusalém para sofrer Sua paixão e fazer Sua Páscoa deste mundo para o Pai.

Jerusalém é a cidade do Messias; aí deveria manifestar-se o Reino de Deus.
O Senhor Jesus, ao entrar nesta Cidade santa de modo solene, realiza a esperança de Israel. Por isso o povo grita: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor! Hosana no mais alto dos Céus!” Hoje, com nossos ramos levados em procissão, fazemos solene memória deste acontecimento e proclamamos com nossos cânticos que Jesus é o Messias prometido! Também nós cantaremos daqui a pouco: Hosana ao Filho de Davi!

Mas, atenção! Este Messias não vem como rei potente, num majestoso cavalo de guerra, símbolo de força e poder! Ele vem num burrico, usado pelos servos nos seus duros trabalhos; Ele vem como manso e humilde servo! Eis o escândalo que Israel não suporta! Esperava-se um Messias que fosse rei potente e Deus envia um servo humilde e frágil! Que lógica, a de Deus! E, misteriosamente, Israel não consegue compreendê-la e terminou por refutar Jesus!
Mas, e nós, compreendemos de verdade esta lógica?
Hoje, seguir o Cristo em procissão é estar dispostos a aceitá-Lo como Messias que tem como trono a Cruz e como coroa os espinhos! Segui-Lo pela rua é comprometer-se a segui-Lo pela vida! Caso contrário, nossa liturgia não passará de um teatro vazio...

Vamos com Jesus, o Filho de Davi! Aclamemos Jesus, o Senhor! E quando na vida, a cruz vier, a dor vier, os espinhos vierem, tomemos nas mãos os ramos que levaremos hoje para nossas casas e recordemos que nos comprometemos a seguir o Cristo até a morte e morte de Cruz, para chegarmos à Páscoa da Ressurreição!


Para a Missa da Paixão:

Is 50,4-7
Sl 21
Fl 2,6-11
Mt 26,14 – 27,66

O mistério que hoje estamos celebrando – a Paixão e Morte do Senhor – e vamos celebrar de modo mais pausado e contemplativo nesses dias da Grande Semana, foi resumido de modo admirável na segunda leitura desta Eucaristia: o Filho, sendo Deus, tomou a forma de servo e fez-Se obediente ao Pai por nós até a morte de Cruz. E o Pai O exaltou e deu-Lhe um Nome acima de todo nome, para nossa salvação! Eis o mistério! Eis a salvação que nos foi dada!

Mas isto custou ao Senhor! É sempre assim: os ideais são lindos; colocá-los na vida, na carne de nossa existência, requer renúncia, lágrimas, sangue!
O Filho, para nos salvar, teve que aprender como um discípulo, teve que oferecer as costas aos verdugos e o rosto às bofetadas! Que ideal tão alto; que caminho tão baixo! Que ideal tão sublime, que meios tão trágicos!

Foi assim com o nosso Jesus; é assim conosco! É na dor da carne da vida que o Senhor nos convida a participar da Sua Cruz e caminhar com Ele para a Ressurreição. Infelizmente, nós, que aqui nos sentamos à Mesa com Ele, tantas vezes deixamo-Lo de lado: “Quem vai Me trair é aquele que Comigo põe a mão no prato!” – Eis! É para nós esta palavra! Comemos o Seu Pão ao redor deste Altar sagrado e, no entanto, o abandonamos nas horas de cruz: “Esta noite vós ficareis decepcionados por Minha causa!” – Que pena! Queríamos um Messias fácil, um Messias que nos protegesse contra as intempéries da vida, que fosse bonzinho para o mundo atual. Como seria bom um Messias que de acordo com o aborto, com a destruição da família, com a ideologia de gênero, com a permissividade sexual, com a libertinagem reinante, com o homem no lugar de Deus, colocado como medida de todas as coisas... Mas, não! Este Messias prefere morrer a matar, este Messias exige que O sigamos radicalmente, este Messias nos convida a receber a mesma rejeição que Ele recebe do mundo: “Minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai Comigo!”

Irmãos, que vos preparais para celebrar estes dias sagrados, não vos acovardeis, não renegueis o nosso Senhor, não O deixeis padecer sozinho, crucificado por um mundo cada vez mais infiel e ateu, um mundo que denigre o Nome de Cristo e de Sua Igreja católica!
Cuidado, irmãos! Não é fácil, não será fácil a luta: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca!” Que nos sustente a força Daquele que por nós Se fez fraco! Que nos socorra a divina intercessão Daquele que orou por Pedro para que sua fé não desfalecesse! E se, como Pedro cairmos, ao menos, como Pedro, arrependamo-nos e choremos!

Nós Vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos porque pela Vossa santa Cruz remistes o mundo!


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