Ainda o IV Cântico do servo:
“E no entanto, eram nossos sofrimentos que Ele levava sobre Si,
nossas dores que Ele carregava.
Mas nós O tínhamos como vítima de castigo,
Ferido por Deus e humilhado.
Mas Ele foi trespassado por causa das nossas transgressões,
Esmagado por causa das nossas iniquidades.
O castigo que havia de trazer-nos a paz, caiu sobre Ele,
Sim, por Suas feridas fomos curados” (Is 53,4-5).
São dramáticos, estes versículos!
Nunca no Antigo Testamento havia aparecido a ideia de que alguém pudesse tomar sobre si os pecados de outros ou do inteiro povo de Israel!
Aqui, este Servo misterioso, que, por um lado encarna em Si todo o Povo de Deus, aparece tomando sobre Si, na Sua carne, como homem de dores, os pecados de Seu povo, o Povo de Deus, muitas vezes infiel! E não somente os pecados, mas as próprias dores de Israel, os sofrimentos tantos dos filhos desse Povo ao longo da sua história! Aqui, o Antigo e o Novo Povo, Israel e a Igreja, se encontram misteriosamente em Cristo: Israel, corpo de Cristo segundo a carne, e a Igreja, corpo de Cristo segundo o Espírito que, em cada Eucaristia nos faz co-carnais e co-sanguíneos com Cristo. Aqui, Israel e a Igreja participam e participarão sempre, misteriosamente, das dores da paixão Daquele que tomou sobre Si as nossas dores! E tudo isto pela humanidade toda! Que mistério tremendo!
No Servo, Israel e a Igreja, Israel antigo e Israel novo, e cada membro desse povo, participam do ofício sacerdotal de intercessão do próprio Cristo Senhor!
Misteriosamente, o Shalom, a reconciliação que nos dá a paz – paz da salvação, da comunhão com Deus, paz que somente o Senhor pode nos conceder – veio a nós e ao mundo e à criação pelas dores do Servo, que continuam nas dores dos membros do Seu corpo! Por isso São Paulo afirmava: “Eu completo na minha carne o que faltou dos padecimentos de Cristo!” (Cl 1,24).
Paremos um pouco... Pense, agora, nas dores da sua vida, todas elas: frustrações, feridas da alma, fraquezas, desilusões, decepções, lutas, cansaços, medos... Pense nas dores do mundo, nos aparentes absurdos da história... Recorde as dores de tantos machucados e esmagados pelos acontecimentos da vida...
Agora, pense no Servo, homem de dores, manso cordeiro: “Eram nossos sofrimentos que Ele levava sobre Si, nossas dores que Ele carregava. Mas nós O tínhamos como vítima de castigo, ferido por Deus e humilhado. Mas Ele foi trespassado por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que havia de trazer-nos a paz, caiu sobre Ele, sim, por Suas feridas fomos curados”.
Agora, coloque nas mãos do Senhor as suas dores todas... Nele, tudo encontra sentido, até o que para nós não tem sentido! Ofereça tudo a Ele, completando na sua carne as dores da Paixão Dele!
Coloque, depois, as dores das pessoas que você conhece...
Agora, as dores do mundo: dos sofridos, dos injustiçados, dos esmagados...
No Domingo da Ressurreição, Jesus dirá: “Shalom! Paz!” E mostrará as chagas! “O castigo que nos dá o Shalom caiu sobre Ele; pelas Suas chagas fomos cruados!”...
Obrigado, bendito Jesus!
Obrigado, doce Servo do Senhor Deus!
Obrigado, manso Cordeiro!
Obrigado, humilde Servidor do Pai e dos homens!
Obrigado, nosso Salvador!
Obrigado, nosso Redentor!
Obrigado, nosso Sumo e Eterno Sacerdote!
Reze todo o capítulo 3 das Lamentações.
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