Ó Raiz de Jessé,
erguida como estandarte dos povos,
em cuja presença os reis se calarão
e a Quem as nações invocarão;
vinde libertar-nos, não tardeis mais!
Hoje, Aquele que vem é saudado e invocado como Raiz de Jessé, aquela mesma de que fala Is 11,1, o Descendente prometido a Davi, filho de Jessé, o Rei eterno de Israel de que tanto falaram os salmos e os profetas:
"Naquele dia, a Raiz de Jessé, que Se ergue como um sinal para os povos, será procurada pelas nações, e a Sua morada se cobrirá de glória. Ele erguerá um sinal para as nações" (Is 11,10.12a).
Mas, misteriosamente, de modo profundo e cheio de sentido das coisas de Deus, a antífona mistura esse Messias Rei glorioso com o Servo Sofredor, humilhado e morto por nós pela salvação do mundo:
"Eis que o Meu Servo há de prosperar, Ele Se elevará, será exaltado, será posto nas alturas. Exatamente como multidões ficaram pasmadas à vista Dele - tão desfigurado estava o Seu aspecto - e a Sua forma não parecei a de um homem - assim agora nações numerosas ficarão estupefatas a Seu respeito, reis permanecerão silenciosos, ao verem coisas que não lhes haviam sido contadas e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido" (Is 52,13-15).
Eis o misterioso plano de Deus, a misteriosa lógica do Evangelho: o esperado Descendente de Davi não viria coberto de glória, mas pobre e humilde Servo sofredor, que reinaria pela Cruz e, por um ato de amor total e puro, até o fim, libertaria toda a humanidade que O acolhesse e triunfaria na glória por toda a eternidade. O estandarte levantado em sinal para todas as nações é, precisamente, a Cruz do Senhor Jesus, como Ele mesmo declarou: "Quando Eu for levantado da terra atrairei todos a Mim" (Jo 12,32). Este misterioso e admirável paradoxo já se anunciou na Noite Santa, quando o Anjo deu aos pastores um sinal desconcertante: "Um Recém-nascido, envolto em faixas, reclinado numa manjedoura" (Lc 2,11). Mas, quem pode aceitar um sinal assim? Os pobres, simples de coração, que aceitam as surpresas de Deus! Por isso o mundo não acolhe Jesus e desvirtua o Seu santíssimo Natal!
Este era o sonho de Deus, isto foi o que o nosso Salvador, Rei-Messias realizou, esta é a realidade da nossa fé e a causa da nossa esperança. Bendita seja a Raiz de Jessé, o Cristo nosso Deus!
Belíssima reflexão! Seus textos me fazem querer rezar.
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