domingo, 19 de agosto de 2018

A Arca, a Mulher e a Virgem Maria

Na Assunção de Nossa Senhora, celebrada neste hoje, a Igreja nos faz contemplar aquela estupenda visão do Apocalipse: “O Templo de Deus que está no céu se abriu, e apareceu no templo a Arca da Sua aliança”.

Eis aqui uma primeira imagem da Virgem Maria: Arca da Aliança. Não é invenção da Igreja não! O próprio Evangelho de Lucas faz esta leitura da Virgem como nova Arca da Aliança.
É só comparar 2Sm 6,1-15 com Lc 1,39-45:
(1) a Arca vai para Jerusalém, na região montanhosa de Judá; a Virgem vai à região montanhosa de Judá;
(2) Davi diz: “Como virá a Arca do meu Senhor para ficar na minha casa?”; Isabel diz: “Donde me vem que a Mãe do meu Senhor venha à minha casa?”;
(3) A Arca fica três meses na casa de Obed-Edom; Maria fica três meses na casa de Isabel.
Como a Arca trazia em si as tábuas da Antiga Aliança, a Virgem traz em si Aquele que é a Nova Aliança de Deus com o Seu Povo.
Neste sentido, a Arca era um sinal do amor perene do Senhor pelo Seu Povo, pela Sua Igreja. É isto também que é a Virgem Maria, enquanto Mãe Daquele que é a nossa Aliança.

A Mulher grávida, vestida de sol, pisando a lua e coroada com doze estrelas é, ao mesmo tempo, a Igreja e a Virgem Maria, Mãe do Messias: Maria é personificação e imagem da própria Igreja.
A Liturgia da Assunção contempla nesta Mulher (cf. Gn 3,15; Jo 2,4; 19,26) a própria Virgem Maria:
(1) vestida de Cristo, Sol de justiça, Nele glorificada;
(2) ela entra naquilo que é definitivo: pisa a lua, sinal da inconstância e mutabilidade da vida;
(3) coroada com doze estrelas, número do antigo e do novo Israel, que é a Igreja.
(4) Mas, sempre grávida, sempre exercendo sua função materna de gerar Cristo em nós pela sua oração maternal, como nova Arca da Aliança de Deus com o Seu Povo, que é a Igreja.
Na luta que atravessa a história, luta entre o Reino de Deus e o reino de Satanás, a Virgem Maria estará sempre presente, como consolo, força e intercessão materna!

Num mundo tão desafiador, nos embates da vida por vezes tão dramática, nas tantas marcas de escuridão e falta de esperança que nos rodeiam e ameaçam, olhemos para o Céu, onde está em corpo e alma a Virgem Santíssima: o que ela foi nós somos: peregrinos neste mundo; o que ela é nós seremos: totalmente glorificados na Glória de Cristo! 

Que a Virgem Maria assunta ao Céu seja para cada um de nós e para a inteira Igreja de Cristo, vivo e forte sinal de esperança, animando-nos e sustentando-nos no seguimento e no testemunho do Senhor nosso Jesus Cristo!

Assunta ao Céu, rogai por todos nós, que recorremos a vós!


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