Is
55,1-3
Sl
144
Rm
8,35.37-39
Mt
14,13-21
Hoje
o Evangelho nos apresenta Jesus como a plenitude da compaixão de Deus no nosso
meio. Multiplicando os pães, Ele realiza de modo pleno aquilo que Moisés e
Elias, os mesmos personagens da Transfiguração, representantes da Lei e dos
Profetas, já haviam realizado: Moisés deu de comer ao povo no deserto; Elias
sustentou com alimento a viúva de Sarepta durante todo o tempo da seca em
Israel.
Ora,
Jesus é aquele que nos alimenta em plenitude, é o Messias prometido a Israel e
à humanidade. Como o Bom Pastor, de que fala o Salmo, Ele faz Seu rebanho
descansar na relva mais fresca e lhe prepara uma mesa.
Seu
alimento não se reduz ao pão. Primeiro nos alimenta porque sente compaixão de
nós, de nossa pobreza e indigência: “Viu
uma grande multidão. Encheu-Se de compaixão por eles e curou os que estavam
doentes”. Mais do que de pão, é de amor, de ternura e compaixão que o
Senhor nos alimenta! Alimenta-nos também com Sua Palavra de Vida eterna: vê a
multidão cansada e abatida como ovelhas sem pastor e ensina-lhe, fala do Reino
até o entardecer...
Olhando
o nosso Salvador, vemos cumprir-se Nele o convite tão terno, tão comovente do
Deus de Israel: “Ó vós todos que estais
com sede, vinda às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e
comei, cinde comprar sem dinheiro, e alimentai-vos bem, tomar vinho e leite,
sem nenhuma paga!
Que
belo convite! Num mundo no qual tudo é pago, tudo gira em torno do lucro, tudo
tem a preocupação do retorno econômico e do interesse (até em algumas seitas
por aí a fora, o dízimo é a chave de entrada no céu), o Senhor se revela
graciosamente!
Quem
dera, o mundo compreendesse esse amor apaixonado de Deus que se manifesta em
Jesus! Quem dera o homem se reconhecesse faminto e sedento! Quem dera se
deixasse interpelar: “Por que gastar
dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com
satisfação completa? Ouvi-Me com atenção e alimentai-vos bem! Inclinai vosso
ouvido e vinde a Mim, ouvi e tereis vida!”
Infelizmente,
o nosso é um mundo cansado, mas também autossuficiente, prepotente, que pensa
poder sozinho, do seu modo se saciar e viver de verdade! Também nós, nas nossas
pobrezas, tanta vez fugimos do Senhor, ao invés de correr para Ele, nosso Poço,
nossa Água, nosso Pão, nosso Refrigério!
Mas,
nós, cristãos, sabemos que em Cristo Jesus encontra-se a Vida, encontra-se o
verdadeiro Caminho, a verdadeira saciedade do mundo!
É
isso que São Paulo exprime com palavras comoventes: “Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia?
Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? Em tudo isso somos mais que
vencedores, graças Àquele que nos amou!”
É
por essa experiência do amor tão terno e presente de Jesus na nossa vida que
somos cristãos! Deixemo-nos saciar pelo Senhor e experimentaremos que “nem a morte, nem a vida, nem o presente nem
o futuro, nem outra criatura qualquer, será capaz de nos separar do amor de
Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor!”
Caríssimos,
a verdadeira Boa-Nova para o mundo atual é e será sempre esta: o amor terno e
próximo de Deus, manifestado em Jesus Cristo!
Mas,
atenção: somente poderemos ser testemunhas de tal amor se nós mesmos nos
deixarmos tocar e envolver pela ternura do Cristo!
Atendamos,
portanto, ao Seu convite de ir gratuitamente a Ele, apesar de nossas pobrezas!
Deixemos que Ele nos alimente e sacie de vida e de paz!
Não
esqueçamos também que, sobretudo na Eucaristia essa Vida, esse Alimento eterno,
essa Paz vêm a nós! Sintamo-nos sempre convidados pela Igreja a recobrar nossa devoção
e piedade eucarísticas!
Primeiro
pela participação consciente e piedosa da Santa Missa todos os domingos. Mas,
também pela adoração ao Santíssimo Sacramento. Aí o Senhor Jesus nos espera
para nos falar ao coração e encher-nos da Sua paz.
Estejamos
atentos a alguns aspectos desse carinho pela presença eucarística de Cristo.
Eis alguns pontos para nossa meditação:
(1)
Como está minha participação na Missa?
(2)
Tenho consciência do que é a Missa? Compreendo que ela é o sacrifício de Cristo
tornado presente no Altar para Vida nossa e do mundo inteiro?
(3)
Tenho respeito pela presença de Cristo na Eucaristia? Quando entro na Igreja,
dobro meu joelho ante o Santíssimo? Detenho-me em adoração ou fico conversando
e disperso?
(4)
Tenho reservado alguns minutos durante a semana para uma visita ao Santíssimo
Sacramento, para falar-lhe em espírito e verdade, como um amigo ao outro amigo?
Eis,
meus caros! Procuramos vida e realização em tantas bobagens! A Vida, a
Realização, é Jesus que Se dá a nós no Altar e por nós espera no sacrário!
Saibamos
valorizar esse Dom tão grande: “Ó vós
todos que estais com sede, vinda às águas; vós que não tendes dinheiro,
apressai-vos, vinde e comei, cinde comprar sem dinheiro, e alimentai-vos bem,
tomar vinho e leite, sem nenhuma paga!’ Que o Senhor nos dê a graça de
aceitar Seu convite! Amém.
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