Ez 17,22-24
Sl 91
2Cor 5,6-10
Mc 4,26-34
No Evangelho deste Domingo, o Senhor nosso Jesus
Cristo fala-nos sobre o Reino de Deus que Ele mesmo veio inaugurar com Sua
santa Encarnação, com Seu ministério público, com Sua Paixão, Morte e
Ressurreição; Reino que Ele nos deu com o dom do Seu Espírito Santo!
Observai, Irmãos, que sempre que fala do Reino, Jesus
nosso Senhor usa imagens, fala-nos em parábolas. É que o Reino não pode ser
descrito, não pode ser resumido num conceito! Esse Reino bendito de Deus Pai é
o próprio Senhor Deus de Israel reinando no nosso coração, na nossa vida e,
através de nós, na vida do mundo. Esse Reino foi trazido pelo Senhor Jesus
porque Nele, o Filho feito obediente por nós até a morte e morte de cruz, o Pai
reinou totalmente, até ressuscitá-Lo na potência do Santo Espírito. Assim, em
Jesus o Reinado do Pai manifesta-se de modo pleno, em Jesus Deus reinou
totalmente; em Jesus aparece as dores do Reino, dores de cruz; em Jesus aparece
a glória do Reino, glória de ressurreição; em Jesus aparece a fraqueza do Reino
e a força do Reino! E tudo isto se dá na força do Santo Espírito que, dando-nos
os sentimentos de Cristo, dá-nos a graça de deixar que o Reinado de Deus entre
em nós nesta vida e nos faça dela herdeiros na Vida que há de vir, na plenitude
do Reino, na Glória do Céu!
Caríssimos, o que diz o Senhor? Que parábolas nos
conta para fazer-nos entrever algo do Seu Reino bendito?
Primeiro nos ensina que o “Reino de Deus é como quando
alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a
semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece...
Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da
colheita chegou!”
Que significa isto, Irmãos? O Reino é semeado por
Jesus e por todos aqueles que em Seu Nome pregam o Reinado de Deus. A nós
compete pregar, como Jesus pregou; mas, atenção: a Palavra do Reino tem sua
força própria! Não depende de nós! Como a semente, uma vez lançada à terra,
cresce com seu próprio vigor, assim o Reino! Confiemos: ele tem a força vinda
do próprio Espírito do Senhor Deus!
Às vezes, esse Reino parece tão frágil e nossa
pregação e nosso esforço tão inúteis... Não, meus caros: o Reino tem seu
próprio tempo, sua própria força, sua própria dinâmica! No tempo de Deus e no
modo de Deus chegará o momento da colheita; então, todos e tudo seremos
colocados diante do tremendo tribunal de Cristo, como nos diz o santo Apóstolo
na segunda leitura de hoje!
A nós cabe acolher o Reino, a nós cabe testemunhá-lo,
a nós cabe anunciá-lo onde quer que vivamos! Ao Senhor cabe o restante, Ele que
é fiel, atuante e tudo pode! Somente recordemos: os tempos e modos do Senhor
Deus não são os nossos! Ele é capaz de abater o soberbo e elevar os humildes e
insignificantes, como faz com os cedros do Líbano na primeira leitura de hoje!
Depois, a outra parábola: “O Reino de Deus é como um
grão de mostarda, menor de todas as sementes. Cresce e se torna maior que todas
as hortaliças e os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
Compreendeis? O Reino parece tão pequeno, tão insignificante, tão frágil... No
entanto, anunciado, semeado, ele crescerá e a humanidade toda, as nações,
representadas pelos pássaros dos céus, poderão abrigar-se nele!
Eis quão pequeno e quão grande é o Reino! Ei-lo, tão
frágil e tão forte, tão dom de Deus e tão responsabilidade nossa como
testemunhas, como anunciadores!
Um dia, meus caros, esse Reinado de Deus que deve por
nós ser acolhido, acolhido na nossa existência, recebido em todos os aspectos
da nossa vida, esse Reino será pleno em nós, no Dia de Cristo. Nossa vida neste
mundo é caminho para a plenitude do Reino na Glória celeste.
Na segunda leitura deste Eucaristia sagrada, São Paulo
recorda que “enquanto moramos no corpo, somos peregrinos, longe do Senhor”,
caminhando na sombra do fé, não ainda na visão clara. Gostaríamos de ir morar
logo com o Senhor, deixando a moradia deste corpo. A questão é que desejamos
receber um corpo glorioso sem ter que passar pela desnudez da morte, quando
este nosso corpo, separado da nossa alma, será destruído. Mas, não será assim: vamos
ser desvestidos deste corpo e, no final dos tempos, receberemos um vestido de
glória, este nosso corpo ressuscitado e glorioso! No Dia de Cristo, quer
estejamos nus – isto é, já no Céu somente com nossa alma – ou vestidos – quer
dizer, ainda aqui neste mundo, com este corpo -, todos nós seremos
transfigurados, recebendo um corpo de Glória, um corpo pleno do mesmo Espírito
Santo que ressuscitou Jesus dentre os mortos!
Então, caríssimos meus no Senhor, nosso compromisso
com o Reino do Pai, que o Senhor veio nos trazer no Espírito Santo, nosso
empenho em acolhê-lo, em testemunhá-lo, em difundi-lo, será o critério para o
nosso destino quando estivermos no tremendo tribunal de Cristo!
Levemos a sério a advertência do Senhor! Não sejamos
cristãos frios, descomprometidos, preguiçosos em relação ao que é do Senhor!
Que lástima: quando se trata do trabalho do Reino tudo para nós é difícil, tudo
é custoso! Que raça de cristãos somos nós, que deixamos Deus e o Seu Reino no
último lugar! Atentos ao juízo do Senhor! Convertamo-nos! Na família, no
trabalho, na vida social, na vida paroquial, no nosso grupo, em tudo quanto
fizermos e onde estivermos, sejamos testemunhas e semeadores do Reino! E que o
Senhor, por compaixão nos conceda dele participar em plenitude na Glória
eterna. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro Irmão, serão aceitos somente comentários que não sejam ofensivos ou desrespeitosos.
Nem sempre terei como responder ao que me perguntam, pois meu tempo é limitado e somente eu cuido deste Blog.
Seu comentário pode demorar um pouco a ser publicado... É questão de tempo...
Obrigado pela compreensão! Paz no Senhor!