At 2,14a.36-41
Sl 22
1Pd 2,20b-25
Jo 10,1-10
“Ressuscitou o bom Pastor, que deu a
vida por Suas ovelhas e quis morrer pelo rebanho”. Estas palavras da Liturgia exprimem admiravelmente o
espírito deste Domingo IV do Tempo Pascal, chamado Domingo do Bom Pastor.
Valeria a pena ler e meditar de modo contemplativo o capítulo 10,1-18 do Evangelho
de São João. Aí, Jesus Se revela como o Bom Pastor, ou melhor, o Perfeito, o
Belo, o Completo e Pleno Pastor: “Eu sou
o Bom Pastor: o bom pastor dá sua vida pelas Suas ovelhas” (Jo 10,11).
Criticando duramente os pastores, isto é, os líderes do povo de Israel, Deus
havia prometido Ele mesmo vir pastorear o Seu rebanho: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Os Meus
pastores não se preocupam com o Meu rebanho! Eu mesmo cuidarei do Meu rebanho e
o procurarei. Eu mesmo apascentarei o Meu rebanho, Eu mesmo lhe darei repouso.
Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada,
pensarei a que estiver fraturada e restaurarei a que estiver abatida” (cf. Ez
34). Pois bem! Agora, o Senhor Jesus – e pensemos Nele ressuscitado, ferido
e morto pelo rebanho, pelo qual deu a vida, agora trazendo as marcas gloriosas
da paixão – declara solenemente: “Eu sou
o Bom Pastor!” Ele é o próprio Deus, que vem apascentar pessoalmente o Seu
povo, Seu rebanho!
Mas,
sigamos a Palavra que hoje nos é anunciada. São Pedro e a Igreja proclamam com
convicção: “Que todo o povo de Israel
reconheça com plena certeza; Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que
vós crucificastes”. Mas, quem é Este, constituído Senhor? Por que foi
crucificado? A resposta está na segunda leitura deste hoje, nas palavras do
próprio São Pedro: “Cristo sofreu por
vós. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em Sua boca.
Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava... Sobre
a cruz, carregou nossos pecados em Seu próprio corpo, a fim de que, mortos para
os pecados, vivamos para a justiça. Por Suas feridas fostes curados. Andáveis
como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda de vossas
vidas!” Eis o nosso Bom Pastor, Aquele que deu a vida pelas ovelhas e quis
morrer para que o rebanho tivesse vida!
Diante
de um amor assim, de uma doação dessas, de um compromisso tão grande conosco,
somente podemos fazer a pergunta que os ouvintes de Pedro fizeram: “Que devemos fazer?” E a resposta
continua a mesma: “Convertei-vos e cada
um de vós seja batizado, isto é, mergulhado, no Nome de Jesus Cristo! Salvai-vos dessa gente corrompida!”
Caríssimos,
somos cristãos, somos ovelhas do rebanho do Bom Pastor! Ele é tudo: é o Pastor
e é também a Porta do redil: somente encontra a vida verdadeira quem entre por
Ele! Há tantos falsos pastores no mundo atual, tantos sabichões, tantos que,
nos meios de comunicação determinam o que é certo e o que é errado, o que é
verdade e o que é mentira. Pastores falsos, que vêm “para roubar, matar e destruir”. Nós somos cristãos; nosso Pastor é
o Cristo, Aquele que por nós deu a vida, Aquele que diz: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância!”
Seremos
ovelhas desse Pastor se escutarmos a Sua voz e atendermos ao Seu chamado.
Seguindo-O, encontraremos pastagens para a nossa vida.
Mas,
atenção: não poderemos segui-Lo sem a conversão do nosso coração, sem nos deixarmos
a nós mesmos, sem rompermos com aquilo que, no mundo, é modo de pensar e viver
contrário ao Evangelho.
Supliquemos,
pois, ao Bom Pastor, o estado de espírito da ovelha confiante do Salmo da Missa
de hoje: “O Senhor é o pastor que me
conduz, não me falta coisa alguma. Ele me guia no caminho mais seguro. Mesmo
que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei...”
Hoje
também é Jornada de Oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao
Senhor que nos envie santos e sábios sacerdotes, cheios daquele amor que o
Senhor Jesus tem pelo Seu rebanho. Não nos iludamos: o único modo que o Senhor
nos indicou para termos os pastores de que necessitamos é a oração: “Pedi ao
Senhor da colheita que envie operários para a sua messe”. Rezemos, portanto, e
nos empenhemos também, tanto material como espiritualmente, pela formação de
nossos seminaristas! Quanto ao mais, esperemos no Bom Pastor, que é fiel e
nunca deixará a Sua Igreja sem os pastores de que necessita. Mas, cuidado: Atentos a como tratamos os que são vocacionados! Atentos a como formamos os nossos seminaristas!
Atentos a que tipo de vida religiosa oferecemos a quem se sente chamado a seguir
o Cristo na piedosa e autêntica radicalidade da pobreza, da castidade e da
obediência. O Senhor nunca deixa de chamar... Infelizmente, às vezes, destruímos
nos que são chamados a doçura e a inocência da vocação! Ai desses - e não são poucos hoje em dia! -, que
escandalizam os pequeninos e destroem a obra do Senhor nos corações!
Onde poderei encontrar as próximas reflexões sobre o 5º, o 6º domingo depois da Páscoa? E os próximos...?
ResponderExcluirMuito obrigado.
JCBarbosa