sábado, 10 de maio de 2014

IV Domingo da Páscoa: Jesus, o Bom Pastor do rebanho

At 2,14a.36-41
Sl 22
1Pd 2,20b-25
Jo 10,1-10

“Ressuscitou o bom Pastor, que deu a vida por Suas ovelhas e quis morrer pelo rebanho”. Estas palavras da Liturgia exprimem admiravelmente o espírito deste Domingo IV do Tempo Pascal, chamado Domingo do Bom Pastor. Valeria a pena ler e meditar de modo contemplativo o capítulo 10,1-18 do Evangelho de São João. Aí, Jesus Se revela como o Bom Pastor, ou melhor, o Perfeito, o Belo, o Completo e Pleno Pastor: “Eu sou o Bom Pastor: o bom pastor dá sua vida pelas Suas ovelhas” (Jo 10,11). Criticando duramente os pastores, isto é, os líderes do povo de Israel, Deus havia prometido Ele mesmo vir pastorear o Seu rebanho: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Os Meus pastores não se preocupam com o Meu rebanho! Eu mesmo cuidarei do Meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o Meu rebanho, Eu mesmo lhe darei repouso. Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada, pensarei a que estiver fraturada e restaurarei a que estiver abatida” (cf. Ez 34). Pois bem! Agora, o Senhor Jesus – e pensemos Nele ressuscitado, ferido e morto pelo rebanho, pelo qual deu a vida, agora trazendo as marcas gloriosas da paixão – declara solenemente: “Eu sou o Bom Pastor!” Ele é o próprio Deus, que vem apascentar pessoalmente o Seu povo, Seu rebanho!

Mas, sigamos a Palavra que hoje nos é anunciada. São Pedro e a Igreja proclamam com convicção: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza; Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. Mas, quem é Este, constituído Senhor? Por que foi crucificado? A resposta está na segunda leitura deste hoje, nas palavras do próprio São Pedro: “Cristo sofreu por vós. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em Sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava... Sobre a cruz, carregou nossos pecados em Seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por Suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda de vossas vidas!” Eis o nosso Bom Pastor, Aquele que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer para que o rebanho tivesse vida!

Diante de um amor assim, de uma doação dessas, de um compromisso tão grande conosco, somente podemos fazer a pergunta que os ouvintes de Pedro fizeram: “Que devemos fazer?” E a resposta continua a mesma: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado, isto é, mergulhado, no Nome de Jesus Cristo! Salvai-vos dessa gente corrompida!”

Caríssimos, somos cristãos, somos ovelhas do rebanho do Bom Pastor! Ele é tudo: é o Pastor e é também a Porta do redil: somente encontra a vida verdadeira quem entre por Ele! Há tantos falsos pastores no mundo atual, tantos sabichões, tantos que, nos meios de comunicação determinam o que é certo e o que é errado, o que é verdade e o que é mentira. Pastores falsos, que vêm “para roubar, matar e destruir”. Nós somos cristãos; nosso Pastor é o Cristo, Aquele que por nós deu a vida, Aquele que diz: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância!”
Seremos ovelhas desse Pastor se escutarmos a Sua voz e atendermos ao Seu chamado. Seguindo-O, encontraremos pastagens para a nossa vida.
Mas, atenção: não poderemos segui-Lo sem a conversão do nosso coração, sem nos deixarmos a nós mesmos, sem rompermos com aquilo que, no mundo, é modo de pensar e viver contrário ao Evangelho.
Supliquemos, pois, ao Bom Pastor, o estado de espírito da ovelha confiante do Salmo da Missa de hoje: “O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma. Ele me guia no caminho mais seguro. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei...”


Hoje também é Jornada de Oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao Senhor que nos envie santos e sábios sacerdotes, cheios daquele amor que o Senhor Jesus tem pelo Seu rebanho. Não nos iludamos: o único modo que o Senhor nos indicou para termos os pastores de que necessitamos é a oração: “Pedi ao Senhor da colheita que envie operários para a sua messe”. Rezemos, portanto, e nos empenhemos também, tanto material como espiritualmente, pela formação de nossos seminaristas! Quanto ao mais, esperemos no Bom Pastor, que é fiel e nunca deixará a Sua Igreja sem os pastores de que necessita. Mas, cuidado: Atentos a como tratamos os que são vocacionados! Atentos a como formamos os nossos seminaristas! Atentos a que tipo de vida religiosa oferecemos a quem se sente chamado a seguir o Cristo na piedosa e autêntica radicalidade da pobreza, da castidade e da obediência. O Senhor nunca deixa de chamar... Infelizmente, às vezes, destruímos nos que são chamados a doçura e a inocência da vocação! Ai desses - e não são poucos hoje em dia! -, que escandalizam os pequeninos e destroem a obra do Senhor nos corações!


Um comentário:

  1. Onde poderei encontrar as próximas reflexões sobre o 5º, o 6º domingo depois da Páscoa? E os próximos...?
    Muito obrigado.
    JCBarbosa

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