24Os fariseus
chamaram uma segunda vez o homem que tinha sido cego e lhe disse: “Dá glória a
Deus! Nós sabemos que este homem é um pecador”. 25Respondeu-lhes ele: “Eu não
sei se é pecador; só sei uma coisa: eu era cego e agora vejo”. 26Eles lhe
disseram: “Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?” 27Ele respondeu: “Eu já
vo-lo contei, mas vós não escutastes! Por que quereis ouvi-lo mais uma vez?
Desejais acaso tornar-vos Seus discípulos também?” 28 - Os fariseus se puseram
então a injuriá-lo e diziam: “Tu é que és Seu discípulo! Quanto a nós, somos
discípulos de Moisés. 29Nós sabemos que Deus falou a Moisés, ao passo que Este,
não sabemos de onde é!” 30O homem lhes respondeu: “Aí está, de fato, o que é
espantoso, que não saibais de onde Ele é, Ele que me restituiu a vista!
31Sabemos que Deus não atende os pecadores; mas se um homem é cheio de piedade
e faz a Sua vontade, Deus o atende”.
Comentando:
Os fariseus novamente chamam o cego. Não procuram a
luz, não buscam a verdade, mas unicamente justificar sua descrença e nela
descansarem tranquilamente. Fecham-se para o que Deus está mostrando no sinal
feito por Jesus e, no entanto, intimam o cego a dar glória a Deus! É
impressionante a cega soberba com que unem o Nome bendito e santo de Deus à
tranquila afirmação que Jesus é um pecador: “Sabemos
que este homem é um pecador!” Cegueira ímpia, presunçosa, soberba,
totalmente fechada à luz! Atento, caro Leitor, porque tal cegueira pode ser a
nossa em tantas ocasiões na vida, constituindo-se mesmo um pecado contra o Espírito
Santo! Quantas vezes nos fechamos! Quantas vezes nos negamos a acolher os
apelos do Senhor na nossa vida! – Piedade, Santo Deus, Santo Forte, Santo
Imortal! Piedade!
O cego contrapõe-se à soberba dos fariseus com uma
constatação simples e forte: a sua experiência, que desarma e desmoraliza a
segurança presunçosa dos seus interlocutores: “Eu não sei se é pecador; só sei uma coisa: eu era cego e agora vejo”. Contra
tal experiência os fariseus nada podem! Ainda hoje, todo aquele que
experimentou ser iluminado por Cristo, todo aquele que encontrou o Senhor, que
a Sua doçura, que experimentou Jesus agindo na sua vida, pode experimentar a
força de tal certeza: minha situação mudou: eu era cego e mendigo, eu era
ninguém, eu estava perdido e agora vejo; agora “sou eu mesmo!”
Os fariseus perguntam: “Que te fez ele?” Mas não querem de verdade saber, não procuram
compreender e, por isso, não merecem uma resposta séria. O cego, homem simples
do povo, os desmoraliza com fina e jocosa ironia: “Eu já vo-lo contei, mas vós não escutastes! Por que quereis ouvi-lo
mais uma vez? Desejais acaso tornar-vos seus discípulos também?”
A resposta dos fariseus, que aqui representam o
pensamento judaico de modo geral, é triste: somos discípulos de Moisés, paramos
em Moisés! Temos certeza de que Deus falou a Moisés. Quanto a este Jesus, não
sabemos de onde é! Dizem isto, teimam nisto mesmo depois que Jesus lhes dissera
quem Ele era e donde Ele vinha, nos capítulos 7 e 8 – vale a pena lê-lo.... Não
aceitam que Jesus vem de Deus, que ele é o próprio EU SOU, maior que Abraão;
insistem na sua cegueira...
Mas, o que fora cego e agora vê, ainda uma vez,
desmascara a cegueira teimosa dos fariseus, desmoralizando a ignorância deles,
que se julgavam mestres: “Isto é
espantoso! Ele me restituiu a vista e não sabeis de onde Ele é e, no entanto,
abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não atende os pecadores; mas se um homem é
cheio de piedade e faz a sua vontade, Deus o atende”. O que fora cego vê
que Jesus é um profeta, um justo que vem de Deus. Ainda não é toda a verdade
sobre Jesus, mas sua fé vai amadurecendo, vai crescendo sempre mais... Vamos
ver onde isto vai dar...
- Senhor Jesus, maior que Moisés,
Tem piedade de mim, pecador!
Senhor Jesus, Justo e Santo de Deus,
Tem piedade de mim, pecador!
Senhor Jesus, que tornas sábios os humildes e
confundes os presunçosos,
Tem piedade de mim, pecador!
Senhor Jesus, Sacerdote para a Eternidade,
Mediador entre o Pai e os homens,
Tem piedade de mim, pecador!
Tem piedade de mim e do mundo inteiro!